Na divisão por idade, os jovens de 18 a 24 anos somam a maior parcela de desempregados (33,4% do total). Já em relação ao gênero, as mulheres representavam 53,6%.
A proporção de mulheres desempregadas em relação aos homens, porém, caiu 3,1 pontos percentuais na comparação com o ano anterior. “Não é que esteja reduzindo a desocupação das mulheres, mas a dos homens é que está aumentando”, destacou a gerente da PNAD, Maria Lúcia Vieira. Em 2015, 1,5 milhão de homens perderam o emprego, 300 mil a mais que as mulheres.
Segundo o IBGE, o Nordeste respondeu por 81% das demissões na agricultura (700 mil), enquanto o Sudeste registou mais da metade das demissões na indústria (531 mil).
O setor de serviços também perdeu contingente, mas manteve-se como o setor que responde pela maior parcela da população ocupada – 46,3%, segundo o IBGE.
Redução do trabalho infantil
O impacto da queda de ocupação na agricultura refletiu também no trabalho de crianças e adolescentes. “Essa faixa etária mais jovem trabalha muito na produção para próprio consumo, ajudando as famílias, sem remuneração. Entre os adolescentes de 14 a 17 anos, a participação deles é maior na área da agricultura”, destacou a gerente da PNAD, Maria Lúcia Vieira.
Enquanto em 2014 havia 3,3 milhões de crianças e adolescentes com idade entre 5 e 17 anos trabalhando, em 2015 este número caiu para 2,6 milhões, o que representa uma redução de 19,8%.
“Essa queda não é resultado do combate ao trabalho infantil. Especificamente, a população ocupada caiu como um todo, o desemprego aumentou como um todo, atingindo também as crianças e adolescentes”, afirmou a pesquisadora.
Menos carteiras assinadas
O número de pessoas que trabalham com carteira assinada teve uma redução de 1,8 milhão em 2015. Ou seja, caiu de 35 milhões, em 2014, para 33,2 milhões. As demissões na indústria foram as grandes responsáveis por essa queda, de acordo com o IBGE.
Quase um terço desta queda ocorreu no Sudeste (730 mil carteiras assinadas a menos considerando o contingente total do país), região que concentrou a maior redução da ocupação no setor industrial.
Trabalho por conta própria
A PNAD apontou, também, que aumentou o número de trabalhadores por conta própria no país. O número passou de 21,1 milhões em 2014 para 21,8 milhões em 2015, o que representa um aumento de 2,6 pontos percentuais.
Regionalmente, a participação dos trabalhadores por conta própria no mercado de trabalho cresceu mais no Nordeste (de 25,2% para 27,4%), no Sul (de 19,4% para 21,3%) e no Centro-Oeste (de 19,6% para 21,7%).
Inativos
Além da evolução do desemprego, outro dado da Pnad revela uma piora no mercado de trabalho. A parcela da população economicamente inativa subiu 6,7% em 2015. De acordo com a gerente da PNAD, vários grupos compõem esta população que não participa de forma ativa na economia, como, por exemplo, donas de casa. Os desempregados não estão nesse grupo.
“Quem compõe a população não economicamente ativa são aquelas pessoas que se aposentaram, que saíram do mercado de trabalho, ou que decidiram parar de trabalhar por um tempo para poder estudar, ou criar filho”, afirmou Maria Lúcia.
http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/11/numero-de-desempregados-cresce-38-em-2015-maior-alta-da-historia.html