A sociedade nordestina ficou espantada no último dia 13 com a notícia de que, na contramão da necessidade da região, a diretoria do Banco do Nordeste do Brasil, principal banco de desenvolvimento da região Nordeste, anunciou o fechamento de 19 agências bancárias, a maioria recém-inauguradas. E já se comentam outras medidas que visam a enfraquecer ainda mais o BNB.
O espanto é não só pela tentativa de justificar tamanho absurdo afirmando que o fechamento das unidades era para “(…)acima de tudo, atender aos anseios da sociedade”, mas também pelo rompimento do crescimento que vinha tendo o BNB nesses últimos anos na busca de cumprir seu papel regional. Fica clara a percepção de que a atitude foi para atender à política neoliberal do atual (des)governo federal, que segue a mesma dos ataques já sofridos pelo BB, CEF, e outras empresas públicas. O fechamento de agências enfraquece a região nordeste e piora as condições de atendimento dos mini, pequenos e médios empresários, principalmente.
O BNB, para atender às crescentes demandas regionais que envolvem também o norte do Espirito Santo e de Minas Gerais, vinha se superando a cada ano. Esse esforço para recuperar e fortalecer o BNB e a região se esvai com o fechamento de unidades. O BNB em 2006 tinha 180 agências, aplicava perto de R$ 7,3 bilhões e contava com 5.161 funcionários/as. Já em 2015 contava com 303 unidades, aplicava R$ 24,1 bilhões, com 7.231 trabalhadores/as.
Se houve incremento de 40,1% do número de funcionários e 68,3% de agências, houve um aumento de 231% das aplicações na região semiárida, números que mostram o elevado compromisso dos bnbeanos com o desenvolvimento regional, pois nas unidades trabalham no sacrifício da extrapolação da jornada de trabalho e com sistemas operacionais defasados e inadequados. Ao invés de propor fechamento de unidades, a diretoria deveria estar a resolver esse grave problema, que prejudica sensivelmente a presteza no atendimento no BNB.
O Nordeste precisa é de mais recursos, ações, desenvolvimento. Tais questões não serão resolvidas com o enfraquecimento de seu principal órgão financiador federal, o BNB. É necessário que a sociedade brasileira e nordestina, empresários dos variados setores, representantes políticos verdadeiramente comprometidos com a região se unam às associações dos funcionários e suas entidades sindicais para lutar pelo fortalecimento do BNB e do Nordeste. A hora é de defender o BNB; Defender o Nordeste; Defender o Brasil!
Waldenir S. F. Britto
Diretor De Formação Política da Associação Dos Funcionários do Banco do Nordeste (Afbnb)
Fonte:http://www.oestadoce.com.br/opiniao/nao-ao-enfraquecimento-do-bnb