Banco da Amazônia

Reunião entre a nova presidência do Banco e entidades discute os rumos da empresa

Na segunda-feira passada (14), os dirigentes do Sindicato dos Bancários do Maranhão, Arnaldo Marques e Raimundo Costa, acompanhados pelo presidente da AEBA, Silvio Kanner, participaram de uma reunião com o presidente recém-empossado do Banco da Amazônia, Valdecir Tossi. Na ocasião as entidades manifestaram que, ao longo dos anos, os pontos de conflitos entre a gestão do Banco e os empregados têm se multiplicado, e na mesma proporção tem se reduzido a capacidade mútua de exercitar o diálogo enquanto forma de solução desses diferentes conflitos, o que tem provocado uma elevação sensível de ações judiciais, como forma de solução de impasses. Infelizmente não vemos no horizonte uma perspectiva de mudança dessa realidade, mas entendemos que os resultados do Banco constituem um fator importante como base material para a solução dos conflitos. Por isso, por iniciativa das entidades este foi o principal ponto tratado.

Indagamos o presidente sobre o futuro do Banco, cobramos medidas para que o Banco se reestabeleça e afirmamos nossa posição de que o Banco está na contramão do mercado, em termos de resultados. Afirmamos que o projeto de centralização de crédito é temeroso, que o processo ininterrupto de reestruturação gera incertezas, angústias e desestimulo e que percebemos que o Banco está sem uma estratégia, sem um eixo de ação e gestão adaptado a esta nova realidade. Afirmamos que as agências estão numa situação precária e que dificilmente sairemos dessa situação sem fortalecer as agências e que nossa tecnologia ainda é muito problemática.

O presidente então falou dos projetos. Por um lado reafirmou sua posição de que o negócio do Banco é o crédito de fomento e que entende que este deve ser o foco, com isso concordamos. Mas, por outro lado, deixou claro que a centralização de crédito é a chave para o próximo período, discordamos nesse ponto porque estamos vendo que este projeto não está gerando os resultados necessários. O presidente o defendeu, como meio de padronizar o crédito, garantir conformidade, combater fraudes e garantir qualidade. Nossa tese é muito simples: a centralização e a padronização não estão de acordo com a realidade amazônica, a Amazônia é diversa e, além disso, a centralização torna o Banco alienado da realidade da economia amazônica.

O presidente então falou dos projetos para a área tecnológica, da estratégia de pulverizar o crédito como estratégia de combater a PCLD. Da criação do BD-Agro e das inovações do projeto Terras, falou ainda que o Projeto de Novo Modelo de Gestão de Pessoas continua em pauta e que está fazendo um esforço para fazer avançar a implantação do PCCS que sabe que está atrasada. Sobre esse aspecto dizemos que as pessoas não sentem mais segurança quanto ao seu presente e futuro no Banco, a gestão tem que aprender a cumprir os compromissos que assume com os empregados seja no nível coletivo, seja no individual. 

Cobramos uma presença maior do Banco no estado do Maranhão, falamos sobre a discriminação do Banco com o Amazonas e que precisamos de uma política clara para fortalecer o Banco, abrir agências, expandir a rede, etc. Além disso, criticamos o fechamento da GEMAF, isso fez a Agricultura Familiar perder foco, criticamos o fechamento da GEPROG isso deve produzir um desalinhamento do Banco relativamente às ações do governo federal e cobramos uma expansão do MPO e um projeto que realmente possa ser vendido como sustentável.

O presidente justificou o fechamento das áreas e disse que está trabalhando na construção de um Rating Ambiental visando formar uma carteira de elevado nível de sustentabilidade.

De nossa parte vamos seguir acompanhando, a diretoria a AEBA vai avaliar os passos a serem dados. Nesse aspecto, temos uma convicção bem formada de que as políticas adotadas pela diretoria do Banco, principalmente nos últimos anos, estão desestruturando a instituição e esperamos que a diretoria se abra para a discussão com os empregados sobre os rumos a serem tomados, principalmente porque somos nós os que mais sofrem com esse quadro.

2 Comentários
  1. Decio Pereira de Sousa 6 anos ago
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    Quando foi destacado avanços do Banco nos estado do Maranhão, por que não avançar no Estado do Mato Grosso, onde o Agronegocio e o mais forte do Brasil. Nos empregados estamos sofrendo com a originaçao de negócios por não ser competitivo devido a grande burocracia dos processos internos, taxas juros elevadas, frente as taxas praticadas no FCO pelo Banco do Brasil.
    Por por que não unir forças para que seja aprovado o Pl 03474/2017 que autoriza os dois estados serem incluídos na abrangência do FNO

  2. Decio Pereira de Sousa 6 anos ago
    Reply

    PL 7434/2017

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