Na semana passada o mais novo presidente do Banco, Sr. Valdecir Tose concedeu uma entrevista no “Talk Show” mais famoso de Belém. Dentre as diversas informações prestadas no programa, uma, sobretudo, nos causou espanto: a proposta de repassar recursos do FNO para a operação por outras instituições financeiras, estatais e não estatais. A Diretoria da AEBA entende a situação pela qual o Banco está passando, mas está certa de que esta proposta ultrapassa todos os limites da temeridade.
De imediato, essa política nos leva assim como ao mercado, a concluir algo bastante óbvio, diga-se, o Banco da Amazônia é incapaz de aplicar a totalidade dos recursos do FNO, ou noutro nível, mas não mesmo grave incapaz de gerir o risco desse processo. Trata-se de um problema entristecedor, pois considerando a experiência que os empregados do Banco têm nessa atividade éramos nós que deveríamos estar em busca de mais recursos.
Muita coisa se fala nos bastidores sobre essa política entreguista, que é “um mal necessário”, que é “uma concessão para manter o todo”, etc. O Fato é que essa política não passa disso, uma política entreguista no limite por desnaturar o Banco. Não é a primeira vez que o Banco sofre pressão para entregar suas posições no mercado, essa pressão é antiga, pelo menos desde que certa “Senadora do Tocantins” começou a “abrir fogo” contra nossa instituição. Nessa primeira fase, o ex-presidente Valmir Rossi foi chamado a Brasília para uma audiência pública e conseguiu provar, numa exposição brilhante que o Banco não tinha qualquer problema para aplicar seus recursos. Defendeu nossas posições. Agora, essa Diretoria assinando seu próprio atestado de incompetência, entrega o que temos de melhor, a operação do FNO.
O mais esdrúxulo é que essa medida está sendo adotada justamente no momento em que o principal projeto dessa gestão (a centralização de análise) está em pleno desenvolvimento, como pode ocorrer tal paradoxo? Se as centrais foram criadas para dar celeridade, por que então enfrentamos, justamente depois delas, problemas na aplicação de recursos? Esse paradoxo só se revolve de forma lógica, se assumirmos que a centralização de crédito é um verdadeiro fracasso. Junto com outras medidas como a extinção da GEMAF, a perseguição aos engenheiros, à extinção da GPROG, a desidratação do setor de estudos e o sucateamento das agências, a centralização desestruturou nossa capacidade de operação.
O resultado está claro, queda no volume de aplicações e, com ela, toda uma série de consequências negativas. A solução encontrada pela atual gestão da empresa, a terceirização do FNO, representa um equívoco de consequências imprevisíveis entre quais sugere um futuro em que a gestão do FNO se autonomiza e a operação se dilui pelo sistema financeiro. Não contentes com a dificuldade de competir no mercado de crédito comercial, a Diretoria agora resolveu declarar aberta a concorrência na sua principal fonte, no seu principal fundo.
A Diretoria da AEBA deixa claro que não concorda com essa proposta. Estamos organizando uma agenda política para debater o assunto e uma manifestação para deixar clara a nossa posição.
Dia 30 de maio às 8 horas em frente à Matriz! Em defesa do FNO, em Defesa do Banco da Amazônia.