Na tarde de ontem (03), mais uma rodada de “negociações” (as aspas indicam que o Banco ensaia uma chantagem e ameaças também). Abaixo divulgamos o texto da integra da proposta e pedimos que todos leiam e divulgamos também nossa avaliação das propostas.
Antes, porém, informamos que as cláusulas da proposta abaixo se referem à investida do Banco para alterar nosso ACT para atingir objetivos do próprio Banco, NÃO HÁ NA PROPOSTA ATENDIMENTO DAS NOSSAS PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES! Exceto o adicional de sobre aviso. Então caso essa proposta passe, vamos claramente perder direitos e, caso o Banco as retire (o que é possível), vamos no máximo empatar! Ou seja, ficaríamos como estamos – SEM SAÚDE, SEM PCCS, SEM ISONOMIA COM OUTROS BANCOS.
A primeira parte da proposta refere-se ao acordo da FENABAN: 5% esse ano e INPC + 1% no próximo ano – esses valores seriam utilizados para reajustar todas as cláusulas com impacto econômico, dentre as mais importantes estão o tíquete e a cesta alimentação. Em seguida, o Banco apresenta cláusulas que pretende mudar: em sua maioria as mudanças são sutis, mas são nas sutilezas que as maldades estão. Podem conferir o texto da proposta em anexo com o último ACT de 2016/2018 e verão que, em uma parte, na maioria delas, o Banco retira algum direito do empregado:
- Abono de Falta do Estudante: o texto atual fala de “atividades curriculares obrigatórias” o banco quer retirar esse texto e deixar apenas “provas e exames”, pois como o texto está hoje a aula pode ser incluída.
- Indenização para Transporte Noturno – O Banco quer burocratizar, criar uma série de exigências desnecessárias para dificultar o acesso ao direito.
- Manutenção dos Salários e Integralização – Banco quer que o empregado afastado pelo INSS se submeta a perícia do Banco. Não concordamos com isso. O INSS é um órgão isento e não está implicado na relação capital e trabalho. Deve caber a ele essa perícia.
- Banco de Horas – Banco quer, mais uma vez, implantar Banco de Horas – já rejeitamos isso – O Banco tem é que pagar horas extras. Seu objetivo aqui é deixar de pagar as horas extras na justiça, coma mudança do acordo.
- Jornada de Trabalho – Banco quer regulamentar a jornada no ACT e ainda estamos avaliando os efeitos jurídicos, por exemplo, o texto do acordo fala que a jornada “deverá estar disciplinada por normas internas” e isso pode deixar a CLT de fora e as ações de 7º e 8º horas em situação de risco.
Para não alongar o texto, pedimos que todos leiam a proposta, mas já adiantamos que esses pontos que o Banco quer alterar diferente do que eles afirmam “TRAZEM CLARAMENTE RETIRADA DE DIREITOS” e isso, não podemos aceitar. Além de não acrescentar nada, como já falamos.
A parte final da proposta é composta de itens que o Banco se compromete a cumprir, mas que não estariam no Acordo Coletivo de Trabalho e refere-se a PCCS, Saúde e PLR (é que chamam de extra ACT). Mas nenhuma é conclusiva e objetiva, sempre vaga e subjetiva, a comissão sempre afirma que se comprometem a debater o tema, mas apenas isso.
Dissemos para a comissão que faz muito tempo que não acreditamos mais nessas promessas.
A comissão de negociação também não assinou a proposta e nem nos entregou, ainda, as atas das mesas de negociação que são muito importantes para os sindicatos.
Perguntamos também se podíamos rejeitar em parte e aceitar em parte a proposta, a comissão disse que não, ou aceita tudo, ou rejeita tudo.
Nesse caso entendemos que devemos REJEITAR!
Algumas orientações sobre a negociação com o Banco:
- Leiam A PROPOSTA com atenção.
- Na proposta não tem nossas reivindicações, mas sim as do Banco! Parece esquisito, mas é efeito da reforma.
- Lembrem que agora o ACT é mais importante que a CLT, uma vez assinado o ACT não há como reclamar na justiça.
- Não se deixe levar pelos discursos dos gerentes – eles estão apenas defendendo seus cargos.
- Não precisamos necessariamente fazer GREVE, podemos apenas rejeitar a proposta e pedir a reabertura da mesa – não vamos aceitar uma proposta ruim por receio da GREVE.
- Não é por que os outros bancos não vão fazer greve que temos que aceitar qualquer coisa.
- Se alguém disser que deve aceitar, pois vai ficar sem os direitos do ACT diga a essa pessoa que isso é uma CHANTAGEM, uma ameaça e que não é assim que um processo sério e transparente de negociação deve ocorrer.
As entidades pediram a prorrogação do Acordo enquanto debatemos o novo, é o Banco que não quer prorrogar para fazer uso político. Não está correto coagir pessoas assim.
Diretoria da AEBA.
Todos hoje à Assembleia na sede do SEEB-PA, às 18h30
Vamos juntos decidir o nosso futuro!