A Associação de Funcionários do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) enxerga com preocupação a sucessão de Joaquim Levy no comando do banco. Ele pediu demissão neste domingo, 16, após críticas públicas do presidente Jair Bolsonaro ao seu comportamento à frente da instituição. Para o economista Arthur Koblitz, vice-presidente da AFBNDES, a queda ocorreu porque Levy não validou a “caça às bruxas” que o governo quer que seja feita no banco.
“Vai ser difícil encontrar um nome que tenha responsabilidade de gestão e amor a sua biografia e que irá topar as demandas do governo”, afirmou. Segundo Koblitz, as exigências de Bolsonaro são a abertura da chamada “caixa-preta” do banco, com investigações de supostas propinas pagas a funcionários para que se concedesse empréstimos a empreiteiras nos governos do PT, e o pedido de devolução de dinheiro da União injetado no BNDES – essa pauta é do Ministério da Economia comandado por Paulo Guedes.
“Você não encontra entre as pessoas sérias quem ache que o BNDES é uma caixa-preta. Isso não faz sentido e ele ( Bolsonaro) quer alguém que se submeta. O mesmo vale para o lado do Ministério da Economia, que fala em ‘despedalar’ o BNDES devolvendo aportes feitos pela União. Isso é pedalar o BNDES porque desrespeita a Lei de Responsabilidade Fiscal na nossa visão”. O termo ‘despedalar’ foi usado por Guedes em maio, durante um fórum do banco.
Fonte: Diário do Centro do Mundo