Por um 1º de maio das classes trabalhadoras!

Organizar a luta contra a exploração e reforçar a solidariedade de classe frente à pandemia!

As atuais medidas dos governos de plantão e dos patrões têm aproveitado a desmobilização e desorganização promovida pelas entidades sindicais e pelos políticos oportunistas, bem como, pela própria pandemia, para retirar ainda mais do couro dos trabalhadores. A situação, que já estava ruim, está a piorar: mais desemprego, cortes de salários, fora o adoecimento e as mortes que só crescem.

Milhões de trabalhadores hoje não podem cumprir o clamor do “Fique em Casa” e assim se proteger da pandemia porque ficar em casa é passar fome e ficar em ambiente insalubre. Isso mesmo com o anêmico “auxílio emergencial” que foi aprovado. Além de insuficiente, esse auxílio do governo tem gerado humilhação e justa revolta, só vermos o atrasos e erros no aplicativo, as enormes filas de desesperados na frente das agências da Caixa atrás de míseros R$600,00 etc.

Os que hoje, no Brasil, estão empregados, receberam de “ajuda” a redução de seus proventos na desculpa esfarrapada de salvação de empregos. Tudo isso com apoio Estado, através de várias Medidas Provisórias, de decisões da “justiça”, que na verdade nada mais é que a salvaguarda do lucro dos patrões. Aliás, são eles, os patrões, os únicos a receber auxílios de verdade nessa calamidade, assim como os recebem de mão beijada.

Vivemos um verdadeiro horror, um esgoto a céu aberto, que mostra o quanto podre é esta sociedade, onde a riqueza está à disposição dos olhos mas muitos não podem ter acesso; onde o lucro, mais uma vez, está acima da vida da maioria. Mesmo em uma pandemia, a preocupação dos governos e dos patrões é continuar economizando com a força de trabalho. Nem que isso signifique a morte de inúmeras pessoas, como tem ocorrido nos hospitais lotados e sem estrutura.

Mas, mesmo nesse horror também cresce, brota dentro dessas classes que são mais uma vez sacrificadas, uma direção e um sentido. Sem mais esperar dos “salvadores” de sempre, milhares de trabalhadores hoje, tanto no Brasil quanto lá fora, em vários bairros populares, buscam na solidariedade, na auto-organização e de forma autônoma, transformar escolas e prédios abandonados em abrigo, organizam campanhas de higienização, de distribuição de alimentos, de acolhimento e de orientação de saúde. Trabalhadores que ainda são obrigados ir para o serviço paralisam e se organizam para reivindicar melhores condições de trabalho e lutar pela sua vida e de suas famílias.

O 1º de maio é a data de celebrar a longa luta dessas classes trabalhadoras. Classes que por séculos resistem à exploração, à fome, às epidemias. E hoje não é diferente. Apesar da situação difícil, ainda lutamos e estamos a construir, com nossa força e nossa garra, um novo amanhã e uma nova sociedade.

Façamos por nossas mãos, tudo aquilo que nos é de direito, a começar por hoje. Por nossas vidas! Pelo futuro sem exploração!

Viva à luta dos trabalhadores em todos os países!