“NOTA DE REPÚDIO – Foi com surpresa que eu, Tânia Mara Silveira Barbosa, funcionária do BB e diretora jurídica do Sindicato dos Bancários do Pará (SEEB PA), representante do sindicato no Conselho de Usuários da Cassi, vice-presidente da AABB, atual presidente do CESABB (Conselho Estadual de AABBs do Estado do Pará), recebi na segunda, 18/05, informação do cancelamento da minha disponibilidade para o SINDICATO, ou seja, minha devolução para o banco, pois o sindicato, sem fundamentar os motivos, revogou minha condição de livre frequência. Sem entrar no mérito do que significa perder um dirigente nesta onda de ataques aos trabalhadores, o momento deveria ser de união para o enfrentamento de inimigo comum – a Covid 19, mas o que se vê é uma diretoria na qual alguns dirigentes estão atolados em diversos escândalos. Jamais me calei frente a sucessivas irregularidades financeiras ocorridas nas contas do sindicato, geridas pelo presidente e pela diretora financeira, sem autorização do colegiado, e que somente são descobertos meses depois, pelo conselho fiscal da entidade, como por exemplo, em janeiro de 2019, saiu R$ 20 mil reais da conta do sindicato, com informação que seria para produção de revistas para a categoria bancária, sendo que até hoje, 16 (dezesseis) meses depois, as revistas não foram produzidas e os valores não retornaram para o caixa da entidade. Outro exemplo relatado no parecer do conselho fiscal de setembro/outubro de 2018: um débito de R$ 90 mil reais para a confecção de camisas, calendários e agendas, mesmo que a diretoria tivesse aprovado o valor seria de R$ 56 mil reais, fato que somente foi descoberto pelo conselho fiscal meses depois, que os questionou acerca desse pagamento ser superior a 60% acima do valor aprovado, sendo que até hoje apenas uma pequena parte dos valores foram devolvidos, e apenas uma parte dos materiais foram produzidos.Tão grave ainda é que no meio de uma eleição para escolha de nova diretoria, o próprio presidente da comissão eleitoral e atual diretor de esportes, esteja implicado nestes relatórios, onde, novamente apenas como exemplo, até hoje este dirigente não apresentou documentos fiscais de um evento esportivo de agosto de 2017, no valor de R$ 16.060 (dezesseis mil e sessenta reais) e também não explicou os motivos pelos quais os comprovantes de depósito estão em nome de terceiros. Fica claro que o grupo que comanda o Sindicato dos Bancários me excluiu do dia a dia da vida sindical apenas porque fui uma das poucas dirigentes que denunciaram essas práticas vergonhosas que tanto mal já causaram as nossas organizações de trabalhadores. Um outro motivo evidente se deve ao fato de, por nunca ter compactuado com essas condutas, estou em outra chapa para a disputa da eleição, o que caracteriza clara perseguição praticada pela direção da entidade sindical.Para finalizar as evidências de perseguição, ressalte-se que, como diretora executiva, minha liberação foi trocada por um diretor suplente do conselho fiscal, candidato na chapa da situação do sindicato, tudo isso durante um mandato tampão devido à pandemia, ficando ainda mais claro que a substituição é também eleitoreira. Suplente do Conselho Fiscal não tem atribuição de uma Diretora Jurídica, continuarei como Diretora do Sindicato apesar da Diretoria estar tentando boicotar meu trabalho. Tenho uma vida limpa e honesta dentro e fora do Banco do Brasil. Nunca respondi a nenhum processo, diferente dos meus perseguidores, como a ex-presidente do sindicato que após responder PAD que investigou movimentação indevida em sua conta salário, agora está respondendo inquérito para apuração de falta grave para validar sua demissão no Banco do Brasil por justa causa e, mesmo que tenha tentado barrar a decisão do Banco numa série de ações judiciais, o Poder Judiciário, já em grau de recurso, manteve a determinação do Banco. Ressalte-se que essa dirigente, atual diretora de comunicação do sindicato, e que foi presidente do sindicato por sete anos, responde investigação policial por prática criminosa. Esta dirigente continua a passear pelo sindicato até hoje, como se nada estivesse acontecendo, a pautar recursos financeiros, participando de reuniões da executiva. A situação é tão grave que a mesma apresentou renúncia ao seu mandato na PREVI no mesmo dia da abertura do processo contra ela no conselho de ética da PREVI, renúncia esta feita por orientação de seu próprio grupo político, sendo as mesmas pessoas que não permitiram que ela disputasse nenhuma outra eleição.Todas os documentos aqui citados estão em poder de órgãos policiais e/ou judiciais. Também estão na sede do sindicato que não deveriam negar para qualquer associado que os solicitarem.A diretoria do sindicato deveria afastar dirigentes envolvidos em escândalos e que comprovadamente causaram danos no patrimônio da entidade, conforme os diversos relatórios do conselho fiscal produzidos ao longo de três anos dessa gestão (tendo aqui citado apenas alguns trechos desses relatórios). Infelizmente, a direção do sindicato optou por perseguir justamente uma dirigente que denunciou essas irregularidades. Como dizia Darcy Ribeiro, para aqueles que acham que venceram alguma coisa com a minha devolução nesse momento, “meus fracassos são minhas vitórias e eu detestaria estar no lugar de quem me venceu”.Belém (PA), 20 de maio de 2020.
Tânia Mara Silveira Barbosa
Mat.9.275.861-4 – Banco do Brasil
Diretora de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Bancários do Pará.”