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Bancários atropelam Sindicato Cutista e Pelego no RS e Greve segue no Banrisul

O dia 06 de Outubro já está registrado como um dos mais importantes da mobilização dos banrisulenses nos últimos anos. Após muitos anos amargando reajustes ínfimos e acordos sempre rebaixados, travestidos de “vitórias” pelo sindicato cutista, a base resolveu se rebelar e dessa vez não aceitou um outro acordo pelego que o sindicato e a maioria do Comando tentaram empurrar goela abaixo.

O Banrisul é um banco estatal cujo presidente é ligado à corrente DS do PT, a mesma que comanda o sindicato dos bancários, e é o 8º maior banco do país e o que mais agências e funcionários tem no estado do RS. Assim, a greve, que chega a seu 11º dia nesta sexta-feira, causa sérios prejuízos econômico a um banco que lucrou 43% a mais no 1º semestre e pretende repetir o feito no 2º semestre, além de um desgaste político enorme ao governo do estado, após as manifestações dos policiais militares e professores, todos insatisfeitos com o arrocho promovido por Tarso Genro.

Pois, na 4ª-feira, quando a proposta feita pelo Banrisul se resumia a conceder apenas a Fenaban em praticamente tudo, com um reajuste de 12% somente no piso (o que resultaria em míseros R$ 1400, e acabaria sumindo na 1ª promoção que o funcionário obtivesse) e mais um ou outro item muito rebaixado, o sindicato cutista de POA e a ampla maioria do Comando já defendiam a aceitação da proposta.

Diante de uma assembleia lotada, e da rejeição solitária do Bancários de Base à proposta dentro do Comando, mas cuja posição de manutenção da greve encontrava amplo apoio na base da categoria, o sindicato teve de recuar e aceitar uma nova rodada de exigências e negociação com a diretoria do banco.

Nesta negociação, que o sindicato/ampla maioria do comando, como verdadeiro porta-voz do patrão, afirmava que nada mais seria apresentado e o banco não iria ceder mais, o banco sentiu a pressão e acabou cedendo, sim. Ofereceu 100% de abono em relação aos dias parados! No entanto, se garantiu que não haveria punição, por outro lado também reafirmou que não daria mais nada quanto às propostas. Ou seja, a greve não acarretaria punições, mas tampouco ganharia alguma coisa, fechando um acordo horroroso, quando a greve está muito forte e é o Banrisul quem corre atrás para tentar encerrá-la.

Esta “nova proposta” já desmoralizava o sindicato, que queria aprovar o acordo antes de que viesse a proposta do abono integral dos dias, e tal conquista existiu devido à luta que a base e o Bancários de Base travou, para rejeitar a 1ª proposta.

Mas, mesmo que a nova versão da proposta representasse um avanço diante de uma proposta tão medonha que existia até então, o grosso da proposta permaneceu inaceitável, pois a própria Fenaban deve chegar a um piso de R$ 1400, na única pauta que era vendida fraudulentamente como “conquista” superior à Fenaban.

Por isso, o Bancários de Base novamente considerou a proposta insuficiente e decidiu rejeitá-la e apostar na força da greve para realmente conquistar alguma coisa. Outra vez, porém, ficamos sozinhos no Comando!

O Comando Nacional do Banrisul, já descontando uma integrante nossa que foi escolhida a uma das 30 vagas do Comando, mas foi vetada pelo sindicato, restou com 29 membros: 26 indicados pelo sindicato (sendo apenas uma pessoa da base), 1 do PSOL, 1 do MNOB e 1 do Bancários de Base.

Pois 28 destes 29 representantes, incluindo aí todas as correntes governistas, como DS e Articulação, mais setores que se reivindicam da oposição como o PSOL e MNOB votaram contra a continuidade da greve e a favor da aceitação da proposta da patronal, que acentuava a discriminação entre colegas, com reajustes diferenciados, piorava ainda mais o quadro de carreira, mantinha a superexploração de caixas e Operadores de Negócios, etc. Um escândalo!

O Bancários de Base não fez parte deste jogo e, mesmo sozinho no Comando, votou contra esta manobra e propôs a continuidade da greve. E a base mostrou sua força. Mesmo numa assembleia a portas fechadas, com seguranças contratados pelo sindicato para impedir que colegas de outros bancos pudessem até mesmo assistir à assembléia, e com todo o tipo de manobra, intimidação e desmobilização feitos pela ampla maioria do Comando, a base rejeitou a proposta e votou a continuidade da greve. Uma vitória histórica da base indignada, contra tudo e contra todos, que defenderam o fim da luta que segue fortíssima.

Com 365 bancários cadastrados a votar, dezenas abandonaram a plenária em razão do claro direcionamento da mesa a favor do fim da greve. Mas não adiantou: no final, por 156 X 134, o Banrisul segue em greve, fortalecendo a greve nacional dos bancários e rumo a conquistas de verdade. Doa a quem doer!

O Bancários de Base do RS e a Frente Nacional de Oposição Bancária não medirão esforços para se solidarizar e se somar nesta luta.

Retirado de http://frentedeoposicaobancaria.org/noticias/bancarios-atropelam-sindicato-cutista-e-pelego-no-rs-e-greve-segue-no-banrisul/

Em Breve Entrevistacom Matheus Crespo, dirigente da Frente Nacional de Oposição Bancária.

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