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Brasileiros trabalham mais para enfrentar crise, aponta pesquisa

Os brasileiros estão trabalhando mais e cortando gastos para enfrentar a crise econômica: 68% buscaram tarefas adicionais e 48% contam ter feito horas extras no último ano. A tendência é observada em toda a América Latina.

É o que constata pesquisa realizada pelo Datapopular em cinco países latino-americanos no mês passado. Segundo o levantamento, 58% avaliam que a situação econômica está ruim ou péssima. O maior pessimismo foi medido no México (69%) e na Argentina (60%). No Brasil, a taxa foi de 55%. Aqui, 97% apontam a existência de crise.

Entre os que declaram que o seu país está com situação difícil na economia, 45% dizem que esta é a pior crise que já viveram, parcela que fica em 52% entre os brasileiros.

Além de horas extras e bicos, 47% dos entrevistados buscaram ganhos adicionais com a venda de algum item existente em casa. Já 84% contaram ter modificado hábitos para economizar (88% entre brasileiros). Nos cortes relatados, 82% reduziram gastos com lazer e deixaram de comprar produtos em supermercados.

De acordo com o levantamento, houve um movimento para realização de compras em lojas mais baratas (86%) e de marcas de menor preço (81%). A maioria (68%) contou que pechincha na hora de comprar —prática adotada por 78% dos brasileiros.

As compras a prazo são rotina para dois terços dos latino-americanos. Em razão de dificuldades, 40% deixaram de pagar alguma conta no último ano e 50% revelaram ter feito compras fiado (44% no Brasil).

Outro recurso utilizado foi pedir dinheiro a amigos ou parentes (24% na região; 20% no Brasil). Apenas 18% fizeram empréstimos bancários para pagar contas. E somente 37% declararam possuir uma reserva financeira.

Para Renato Meireles, presidente do Datapopular, o levantamento indica que os latino-americanos estão enfrentando a crise com resiliência, flexibilidade e criatividade e têm demonstrado capacidade de “retroalimentar a economia nos momentos de crise”. Na sua avaliação, o quadro geral é “menos ruim” do que apontam dados oficiais.

A pesquisa ouviu 2.644 pessoas em 178 cidades do Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e México, com intervalo de confiança de 95%. Foi realizada entre 23 e 30 de junho por encomenda do Santander. Os números foram apresentados ontem (quinta, 9 de julho) durante seminário do banco em Madri.

Fonte: UOL

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