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Bancários conhecem o mapa da diversidade







São Paulo – Um ano e três meses depois do fim do prazo, a Federação dos Bancos (Fenaban) finalmente vai apresentar o resultado da pesquisa do Mapa da Diversidade. Os dados sobre a situação dos negros e deficientes físicos no mercado de trabalho bancário serão conhecidos na quinta-feira, dia 2 de julho, em reunião na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, em Brasília.

 

“A Fenaban deveria apresentar os resultados dessa pesquisa em março do ano passado. Esse atraso, por si só, já mostra a falta de vontade dos bancos com o trabalhador negro, deficiente físico, com as mulheres e os homossexuais”, comenta a diretora do Sindicato de São Paulo Neiva Ribeiro dos Santos.


Ela destaca que os bancários reivindicam a igualdade de oportunidades nos bancos desde meados dos anos de 1990. “Até agora, as instituições financeiras não fizeram nada para acabar com as desigualdades no mercado de trabalho bancário. É inacreditável que um setor que lucra tanto, que gasta bilhões de reais com marketing social, não tenha ainda criado condições para melhorar a situação dos segmentos que sempre foram discriminados. Só teremos avanços de fato nesta questão quando entrarmos numa agência bancária e encontrarmos facilmente uma mulher negra no cargo de gerente”, ressalta.


Segundo Neiva, a pesquisa do Mapa da Diversidade que será apresentada pelos bancos está incompleta. É que a Fenaban não aceitou incluir nos questionários perguntas sobre a situação das mulheres e dos homossexuais. “A pesquisa está focada nos negros e nos deficientes físicos. Isso é um absurdo, pois as mulheres e os homossexuais também são discriminados. Embora o número de bancários e bancárias seja relativamente parecido, há poucas mulheres em cargos de chefia. Os homossexuais também perdem oportunidades de fazer carreira e não são colocados no atendimento ao público. Isso sem falar que os bancos não cumprem nem a cota mínima de 5% prevista em lei para os deficientes físicos. Aliás, vamos cobrar da Fenaban na reunião uma série de reivindicações que temos para acabar com essas discriminações, como um projeto de formação para os deficientes físicos”, explica.


Campanha pela igualdade – Antes da audiência com a Fenaban, os dirigentes sindicais reúnem-se em Brasília para discutir as estratégias para a campanha permanente de igualdade de oportunidades. “Vamos realizar um Dia Nacional de Luta para discutir com a categoria a importância desse tema. Precisamos avançar nas reivindicações de igualdade de oportunidades na campanha salarial deste ano, pois os bancos estão devendo isso aos trabalhadores. Precisamos também conscientizar os bancários sobre seus direitos”, finaliza Neiva.

 

Fonte: Seeb-SP

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