Banco da Amazônia

Quer aumento real e PLR maior? Faça greve!




Sem nova proposta nem negociação em vista, bancários têm de fortalecer ainda mais a paralisação nacional para aumentar a pressão sobre os banqueiros

 

São Paulo – Foram dois dias de negociação, para chegar na sexta-feira à tarde e os negociadores da federação dos bancos (Fenaban) dizerem que têm de consultar os banqueiros sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Ficaram de levar aos donos dos bancos as diversas simulações que foram feitas na quinta e sexta-feira, 1 e 2 de outubro. E apesar de serem os negociadores autorizados pelos bancos, sequer tiveram autoridade para marcar uma nova rodada, dizendo que isso também depende da resposta que receberão sobre as simulações de modelos de PLR que devem levar aos bancos na segunda-feira 2.


“Apresentamos à Fenaban dados, informações, cálculos banco a banco por meios dos quais mostramos que dá pra distribuir mais PLR aos bancários”, relata o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, integrante do Comando Nacional que negocia com a Fenaban. “Os modelos de PLR vêm sendo debatidos desde julho, a campanha chegou e eles ainda não foram capazes de apresentar proposta decente, num claro desrespeito aos bancários.”


E mais nada – Os negociadores da Fenaban voltaram para a mesa de negociação sem qualquer proposta para o índice de reajuste salarial, para a preservação dos empregos ou valorização dos pisos. Cobrados pelos dirigentes sindicais, voltaram a insistir que emprego não será debatido na Fenaban.

“Eles insistem em ignorar que os processos de fusão são um fato na economia brasileira que abala a estrutura de trabalho do setor e precisa ser regrado. Os bancos ganham com a fusão, mas querem impor perdas aos trabalhadores”, destaca Marcolino. “Ainda disseram que não haverá valorização dos pisos, que devem ter o mesmo reajuste dos salários. E sobre o reajuste, nada. Afirmaram que depende do ‘custo total’ da proposta, ou seja, só voltam ao assunto após encerrar a PLR”, conta o presidente do Sindicato. “De acordo com a Fenaban, está nas mãos dos donos dos bancos acabar com a paralisação. É um absurdo os donos dos bancos terem de vir resolver, mas se querem enrolar assim, greve neles”, convoca.


Greve forte – No nono dia de greve, sexta-feira 2, ficaram parados 32 mil bancários em 740 locais. “Temos de ampliar ainda mais essa paralisação na segunda (5). Se tem bancário pensando que com a negociação em curso não precisa fazer greve, está aí a resposta dos banqueiros: nada de proposta”, ressalta Marcolino. “Se os donos dos bancos ainda não entenderam a indignação dos bancários diante da economia que querem fazer com seus salários e sua PLR, vão entender a partir de agora”, acrescenta o presidente. “A greve vai crescer até eles pagarem o que é nosso por direito, mas estamos tendo de arrancar na mobilização.”

Cláudia Motta – 02/10/2009

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