Banco da Amazônia

Lucro no Brasil já é o maior do banco no mundo

Resultado alcança os R$ 3,5 bilhões. Para Sindicato, passou da hora de a diretoria do grupo aliar discurso e prática e respeitar seus trabalhadores

São Paulo – O Brasil já é o maior mercado do Santander no mundo ao lado da Espanha, segundo informações do resultado do banco no primeiro semestre: com R$ 3,5 bilhões, a filial brasileira já responde por 22% do resultado mundial, o mesmo percentual do país europeu. No mesmo período do ano passado, a fatia do lucro no Brasil, R$ 1,01 bilhão, representava 18% do total, enquanto a Espanha tinha 27%. Um dos destaques no Brasil foi o crescimento de 9,2% da carteira de crédito.

O presidente do banco, Fabio Barbosa, afirmou que o país deve aparecer sozinho no topo já no próximo trimestre. “O Brasil deve crescer mais que outros países, por isso a tendência é de que o país ultrapasse a Espanha”, afirmou, durante entrevista coletiva.

PLR – Para a diretora do Sindicato Rita Berlofa, é hora de o banco aliar seu discurso à prática. “É necessário valorizar de fato o trabalhador, não apenas nos discursos, afinal os bancários são os verdadeiros responsáveis pelo lucro do banco. Vejamos, por exemplo, o crescimento da carteira de crédito. Quem é que está na linha de frente vendendo esses empréstimos? Não é o diretor nem o alto executivo, mas sim o bancário. Vamos agora esperar para ver se o banco vai usar os R$ 3,5 bilhões na hora de calcular a PLR ou se vai aparecer com alguma surpresa”, afirma.

Rita lembra ainda a necessidade de acabar com a violência representada pela pressão desumana por metas, que gera a cada dia mais assédio moral. “Uma das principais formas de combater à pressão é a contratação de mais trabalhadores, uma vez que há muita sobrecarga de trabalho, principalmente nas agências”, disse.

Terceirização – A análise do lucro crescente do banco torna ainda mais nefasta a política do banco espanhol de utilizar a terceirização dos serviços bancários como forma de economizar. “O Santander é dono de 34% das ações da Fidelity, a maior terceirizada do Brasil, onde trabalhadores que processam documentos dos caixas eletrônicos e realizam o mesmo trabalho dos bancários chegam a receber até três vezes menos. Eles também não têm acesso aos direitos da categoria, como VA, VR e muitos outros, e estão expostos a condições de trabalho degradantes”, denuncia.

Ela destaca que esses trabalhadores também são responsáveis pelo lucro do banco. “Os funcionários das terceirizadas também têm sua parcela de colaboração nesses R$ 3,5 bilhões, mas são relegados a um segundo plano por uma política premeditada da direção do banco. É uma vergonha”, diz Rita.

Deixe seu comentário

Seu email não será publicado.

Notícias relacionadas