Banco da Amazônia

Bancários negociam nesta quarta aumento real, PLR maior e valorização dos pisos







Aumento real de salário, valorização dos pisos, simplificação e aumento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), elevação das verbas de alimentação, Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) em todos os bancos e contratação da remuneração total dos trabalhadores, incluindo a parcela variável, estarão na mesa na terceira rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban, nesta quarta-feira, dia 2, às 15 horas, em São Paulo.


Os trabalhadores reivindicam reajuste de 10% (índice aprovado na Conferência Nacional dos Bancários). Como a inflação projetada pelo Dieese para o período deve ficar em 3,65%, o reajuste representa um aumento real de mais de 6%.


"Os bancos não têm qualquer justificativa para não conceder aos bancários os reajustes que reivindicamos. Os lucros continuam elevados. O 21 maiores bancos brasileiros somaram lucro líquido de R$ 14,3 bilhões no primeiro semestre deste ano, a maior rentabilidade da economia brasileira no período. Vamos à luta para conseguir arrancar essas conquistas", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando.


PLR maior e valorização dos pisos

Os bancários querem também um novo modelo de PLR com melhoria na distribuição dos lucros e resultados. A reivindicação é de três salários mais R$ 3.850 fixos para todos os bancários. O debate sobre a nova proposta vem sendo feito com os bancos desde abril, buscando uma fórmula mais simples, transparente e justo.


Outra demanda importante para os trabalhadores é a valorização de todos os pisos, e não apenas para o ingresso na categoria. "Queremos valorizar os pisos de portaria, escriturário e caixa e criar pisos de primeiro comissionado e primeiro gerente. Hoje mais da metade da categoria recebe um destes pisos, que estão defasados", afirma Carlos Cordeiro.


O que os bancários reivindicam para os pisos:

Portaria: R$ 1.432,90

Escriturário: R$ 2.047,00

Caixa: R$ 2.763,45

Primeiro comissionado: R$ 3.447,80

Primeiro gerente: R$ 4.605,73


Plano de carreira para todos

Outra proposta dos trabalhadores nessa campanha é a criação de um Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCC) em todos os bancos, que preveja 1% de reajuste a cada ano trabalhado. A cada cinco anos, esse reajuste será de 2%. Além disso, o banco será obrigado a promover o bancário pelo menos uma vez a cada cinco anos.


A proposta determina também a realização de um processo de seleção interna para preencher novas vagas. Para cada cargo e função, a empresa deverá apresentar a grade curricular necessária e oferecer curso aos trabalhadores dentro do expediente. Em caso de descomissionamento do bancário, a comissão será incorporada integralmente ao salário.


"O PCCS acabará com as caixas-pretas que hoje são os processos de evolução profissional nos bancos, em que ninguém sabe de maneira clara quais os critérios para cada promoção, deixando espaço para o famigerado ‘quem indica’ em detrimento da competência e experiência dos trabalhadores", afirma o presidente da Contraf-CUT.


Elevação das verbas de alimentação

Os bancários também reivindicam a elevação da cesta-alimentação para o valor de um salário mínimo (R$ 465) e o reajuste do vale-refeição para R$ 19,25, bem como o reajuste da 13ª cesta-alimentação para R$ 465. A categoria quer fazer compras no supermercado para durar o mês inteiro.


Contratar a remuneração total do bancário

Uma das preocupações dos trabalhadores está na contratação por parte dos sindicatos da remuneração total, incluindo a parcela variável. A estratégia é uma reação do movimento sindical às mudanças que ocorreram na profissão bancária nos últimos anos.


Hoje, os programas próprios de remuneração variável de cada banco – na maioria vinculados a metas – representam parte considerável da renda dos trabalhadores. No entanto, o movimento sindical negocia apenas salários, PLR e salários indiretos (como ticket e outras verbas). A remuneração variável é definida inteiramente pelas empresas.


"Esses programas estabelecem metas altíssimas de performance para os trabalhadores, que estão entre as maiores responsáveis pelo stress e o adoecimento da categoria", avalia Carlos Cordeiro. Além disso, a distribuição dos recursos destes programas é feita de forma arbitrária, sem critérios claros – alguns não recebem nada, enquanto diretores e executivos recebem bônus de até milhões de reais. "É mossa obrigação como representantes dos trabalhadores interferir nesse debate em favor dos bancários, exigindo uma distribuição justa nos programas e lutando contra as metas abusivas", conclui.


Fonte: Contraf-CUT

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