Representantes dos trabalhadores reforçam que a unidade dos bancários é imprescindível para obter novas conquistas na Campanha Nacional 2010
“Temos uma responsabilidade muito grande este fim de semana: discutir os rumos da campanha salarial dos bancários de norte a sul do país. Estamos representando mais de 400 mil trabalhadores”, afirmou o presidente da Feeb-RJ/ES, Fabiano Paulo da Silva Júnior. “Temos debates muito importantes pela frente, mas tenho certeza de que sairemos daqui com uma pauta de reivindicações que agregará novos valores à categoria”, saudou o representante da Federação anfitrião da Conferência.
Esteve presente também na solenidade o presidente da CUT-RJ e bancário Darby de Lemos Igayara, que ressaltou a importância da Conferência como um momento de agregar forças e o destaque que a categoria bancária assume no cenário nacional. “Não se trata apenas de uma luta corporativa ou de mais uma campanha salarial. Os bancários têm feito parte da história do Brasil, contribuindo para as transformações e melhorias do país.” Igayara também destacou o momento político atual, em que os rumos do país serão decididos em breve.
O futuro do Brasil – Ao considerar o cenário político, os representantes dos trabalhadores lembraram a importância da sociedade brasileira em não permitir o retrocesso do país. “O Brasil vive um momento de destaque, sendo referência tanto internacional – foi um modelo de superação da crise econômica, integra o G20 – quanto nacional – o PIB brasileiro tem expectativas de crescer 7% este ano, milhões de brasileiros saíram da pobreza e 90% das categorias que já fecharam acordo conquistaram ganho real. No entanto, quando observamos o Sistema Financeiro Internacional, percebemos que ele continua bastante concentrado, detêm 79% dos depósitos no país, os mesmos que lucraram R$ 9,5 bilhões apenas no primeiro semestre do ano. “Esse valor seria suficiente para a construção de 1,3 milhão de moradias populares. Em seis anos, daria para acabar com o déficit habitacional no Brasil. Os resultados exorbitantes dos bancos precisam ser revertidos em uma política de desenvolvimento econômico nacional”, analisou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, Juvandia Moreira.
Diante desse contexto, Juvandia ponderou a importância da categoria ter em mente a diferença entre os dois projetos políticos que estão disputando as eleições 2010: de um lado, o projeto neoliberal e, do outro, a continuidade do Governo Lula.
“O primeiro deles pretende privatizar os bancos federais, o que nós não vamos permitir. Por isso, apoiamos a candidatura da Dilma, que é o melhor para o país”, completou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
Prioridades da categoria – “No ano passado, os bancários me perguntavam o motivo da divisão da campanha em eixos e se seria possível avançar daquela maneira. Nós mostramos que era possível mudar a realidade, pois conquistamos aumento real, 15 mil novos empregos nos bancos públicos, os mesmos direitos para casais homoafetivos, além da ampliação da licença-maternidade”, afirmou Carlos Cordeiro. “Mas é preciso avançar ainda mais”, completou, apontando a importância da discussão sobre o fim das metas, melhores condições de trabalho e saúde e previdência complementar.
Por outro lado Juvandia lembrou dos avanços obtidos pelos trabalhadores brasileiros e na categoria bancária nos últimos anos. “O desafio é continuar conquistando aumento real nos salários pelo sétimo ano consecutivo, PLR maior e discutir um Plano de Cargos Comissões e Salários (PCCS). Esse ano especialmente, conquistar melhores condições de saúde, com o fim do assédio moral e das metas abusivas”, afirmou a dirigente ao salientar que a receita para ampliar direitos é fortalecer ainda mais a organização é a unidade da categoria.