Na reunião da mesa temática sobre saúde do trabalhador, realizada nesta quinta-feira, dia 5 de maio, em São Paulo (SP), a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) focaram os debates em torno do Programa de Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho, que visa a prevenção do assédio moral e de outras formas de violência nos bancos. O assunto, aliás, começou a ser debatido durante a campanha salarial do ano passado, mas divergências entre as partes impediram a assinatura de um acordo.
Um dos pontos divergentes diz respeito à realização de cursos e outros eventos com bancários e gestores com foco no assédio moral. Os trabalhadores cobram dos banqueiros a inclusão de alguma forma de participação do movimento sindical na definição do conteúdo dessas atividades, não previsto inicialmente na proposta. A Fenaban se comprometeu a consultar os bancos sobre essa questão.
Na reunião desta quarta-feira, os banqueiros voltaram a reivindicar que os sindicatos não encaminhem aos bancos denúncias anônimas de assédio moral. Em resposta, os bancários disseram que não irão passar às instituições financeiras o nome dos denunciantes, a menos que a categoria bancária expresse que isso seja feito. O argumento utilizado foi o de que a maioria dos denunciantes tem medo de sofrer represálias, sendo fundamental respeitar essa situação e protegê-los. Os banqueiros compreenderam a situação e ficaram de dar um retorno sobre o tema.
No que se refere ao fim das metas abusivas, conforme reivindicado pela representação dos bancários, a resposta da Fenaban foi negativa. Os representantes dos banqueiros alegam que, se o problema das metas é que propiciam casos de assédio moral, o Programa de Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho em debate pode ser o bastante para uma solução definita.
A Contraf/CUT discordou dessa tese. O secretário de Saúde da entidade, Plínio Pavão, afirma que, mesmo com o caráter prevencionista do programa de combate ao assédio moral, não se ataca a raiz do problema, que é a forma como o trabalho está organizado. Ele acrescenta: “É essa organização que favorece o adoecimento dos bancários e o surgimento de casos de assédio”.
Nova reunião da mesa temática sobre saúde do trabalhador foi agendada para a segunda quinzena de junho.