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Declaração Universal completa hoje 60 anos

Hoje, dia 10 de dezembro de 2008 a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 60 anos de existência. Também em 2008 a Constituição Federal completou 20 anos.
 
Por conta da data, a OAB/PA, como faz todos os anos, premiará uma pessoa que se destacou, pela sua história, na defesa desses direitos, com o Prêmio JOSÉ CARLOS CASTRO. Este ano nossa premiada é a Pastora Luterana ROSA MARGA ROTHE.
 
A AEBA convida todos para esta festa belíssima, com a participação do povo que milita, no seu dia a dia, pela defesa dos direitos humanos. Será na praça, em frente à sede da Ordem. Lá estarão crianças, jovens, idosos, todos unidos pelo laço de esperança na construção de um novo mundo, justo, solidário e fraterno. 
 
A OAB enfatiza, este ano, a luta pela redemocratização do Brasil, e a Seccional abre o debate hoje, objetivando com isso destacar a necessidade de conhecermos nossa história, em especial para que os erros do passado não se repitam.
 
Vamos todos à praça!!
 
Contamos com cada um para juntos, cantarmos a fé, a esperança e o amor.
Levem seus filhos, amigos e companheiros e companheiras.
 
Vejam a programação:
19:00 – culto inter religioso;
19:30 – apresentação de músicas – distribuição de camisetas alusivas ao tema – 60 anos da DUDH e 20 anos da CF;
20:00 – entrega do prêmio;
21:00 – coquetel e música
 

 

SOBRE A PREMIADA:

MARGA ROSA ROTHE nasceu em 01.06.1940 na Alemanha, migrou com a família para o Brasil e, após duas décadas em Teófilo Otoni, Minas Gerais, fixou residência em Belém, onde se naturalizou (brasileira, paraense por opção).
 
Estudou Teologia na Universidade Federal do Pará. É Especialista e mestra em Antropologia Social.
 
É fundadora da Sociedade Paraense de Defesa de Direitos Humanos.
 
Na Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil –IECLB, é fundadora da Paróquia de Confissão Luterana em Belém. Participou da criação da Pastoral Popular Luterana e vem contribuindo com iniciativas feministas.
 
De agosto 1981 a dezembro 1984, foi ativista no Movimento pela Libertação dos Presos do Araguaia onde coordenou a comissão ecumênica.
 
No Centro de Intercâmbio de Pesquisas e Estudos Econômicos e Sociais (CIPES) coordenou a equipe de Educação Popular, promovendo alfabetização de adultos (método Paulo Freire).
 
Participou na criação do Instituto Universidade Popular, em 1987 onde atuou na educação para a cidadania, coordenando o Núcleo de Estudos Ecumênicos.
 
Co-fundadora do Conselho Amazônico de Igrejas Cristãs – CAIC – que em 1998 iniciou o Curso Ecumênico de Teologia.
 
Presidente da Associação Amazônica de Ciências Humanas e da Religião de 2004 até dez 2007.
 
Sócio-fundadora e conselheira de KOINONIA – Presença Ecumênica e Serviço, com sede no Rio de Janeiro.
 
Filiada da Associação de Teólogos do Terceiro Mundo – EATWOT com sede atual em Pretória, África do Sul.
 
1ª Ouvidora do Sistema Estadual de Segurança Pública do Pará, por indicação da Sociedade Paraense de Defesa de Direitos Humanos – SDDH, com apóio da sociedade civil, tendo concluído o 4° mandato em julho 2005.
 
Como Ouvidora do Sistema de Segurança Pública participou de várias iniciativas pioneiras em nosso estado, tais como:
– A criação do Programa de Proteção de Vítimas e Testemunhas no Pará tendo sido
   Vice-Presidente do Conselho Deliberativo, de cujo Conselho foi vice-presidente.
– O programa de Proteção para Defensores de Direitos Humanos
– Integrou a Campanha Estadual Contra a Tortura e coordenou a elaboração da primeira e da segunda edição da Cartilha "Tortura-Vamos combate-la", que inusitadamente, contou com a participação do Conselho de Segurança Pública do Estado, das Corregedorias das policias civil e militar, do Ministério Público estadual, Tribunal de Justiça estadual, Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado, Comissão Justiça e Paz, do CEDECA, do MMCC e da OAB.
 
– Presidiu o Fórum Nacional de Ouvidores de Polícia 2003 a 2004.
 
– Coordenou a pesquisa "Segurança Pública: Novos Instrumentos e Herança Popular" e a edição de uma cartilha popular, sobre Segurança Pública, lançada em   agosto 2005 pela UNAMA.
 
– Em 10 de dezembro 2004, foi agraciada com o Prêmio Direitos Humanos da Presidência da República, na categoria "Segurança Pública", por indicação da   Secretaria Especial de Direitos Humanos.
 
Marga Rothe atuou ativamente pelo retorno da democracia. A luta contra a ditadura militar era feita coletivamente, especialmente via SDDH, Jornal Resistência, movimentos populares como a CBB – Comissão dos Bairros de Belém, Direito de morar, o Cipes – onde começamos com o Método Paulo Freire, alfabetizando adultos e treinando monitores.
 
O grande movimento popular e sementeira do espírito ecumênico em nossa região, foi sem dúvida o Movimento Pela Libertação dos Presos do Araguiaia – MLPA que envolveu cristã e cristãos de diferentes tradições, transcendendo as fronteiras nacionais unidos que se sentiam na solitária luta por direitos universais e pela dignidade humana.

 

Coordenou a coleta de mais de 50 mil assinaturas, perante o Tribunal da Justiça Militar, pela libertação dos presos 15 presos do Aragauia, sendo 2 padres franceses, Aistides Camio e Francisco Gouriuo, ambos enquadrados na famigerada "Lei de Segurança Nacional", sob alegação do uso de textos subversivos, um dos quais era o "Cântico de Maria" e o outro seria o conteúdo de uma pregação do padre Aristides. O padre Francisco deveria ser expulso, (assim como o padre Aristides) porque andava na companhia daquele e distribuia folhas com "cantos subversivos" nas missas.

A Lei de Segurança Nacional, por cuja abolição lutavam todas as pessoas conscientes, acabou sendo atenuada graças à repercussão que o MLPA conseguiu alcançar naquele momento.

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