Banco da Amazônia

DESCASO: Seeb visita agências bancárias de Marabá e constata diversas irregularidades

Quem disse que lucro de banco é sinônimo de melhoria nas agências bancárias? Pelo menos não foi essa constatação que o Sindicato obteve durante recente visita da diretora de Comunicação, Maria Gaia, nas agências de Marabá, sudeste do Pará, na última sexta-feira (21).

Nos dias 10 e 11 de maio, a entidade também visitou as agências do Banco do Brasil e a situação de trabalho dos bancários não é nada diferente das demais agências do município, que possui 11 bancos para atender a população local e de cidades vizinhas.

Nesta última visita, 08 agências foram verificadas e todas não oferecem o mínimo de conforto e segurança aos seus clientes e funcionários. São pequenos detalhes, outros nem tanto, mas todos ignorados pelas superintendências dos bancos, que mesmo cientes da situação não providenciaram até hoje melhorias nestes locais.
Instalações precárias – Na agência da Caixa Econômica Federal, os problemas são visíveis já na entrada do banco: o aparelho de ar condicionado há meses está com um vazamento de água e um balde logo abaixo da central ‘tenta’ resolver o problema. Enquanto isso, o piso fica molhado e a iminência de quedas no local é evidente.
Os extintores, que deveriam a priori ser sinônimo de segurança em casos de emergência, estão acondicionados em locais visíveis, mas perto de fontes de calor e o acesso a eles estão obstruídos por várias mobílias.
As mesas, cadeiras e até o próprio bebedouro estão velhos, quebrados e sujos; mesmo assim, continuam sendo utilizados pelos trabalhadores que sentem ‘na pele’ as conseqüências da precariedade das instalações.
E se dentro da agência a situação está assim; fora dela não poderia ser diferente: aparelhos quebrados, caixas rasgadas e entulhos formam uma espécie de depósito a céu aberto e criadouros propícios à proliferação do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti.

Apesar de todos os riscos ocupacionais e ambientais mencionados, o Mapa de Risco da agência é zero.

 
Além da Caixa, o prédio do Banco da Amazônia, que passou por uma recente reforma, também está com os extintores de incêndio em lugares inadequados.
Filas – Na Caixa Econômica Federal e no Bradesco as filas já viraram rotina. Clientes têm que aguardar o atendimento na maioria das vezes em pé e por muitas horas, apesar da existência da Lei estadual 7.255, que dispõe sobre o prazo máximo de espera nas filas de 30 minutos, em dias normais; e de 45 minutos para dias de véspera e pós-feriados prolongados.
A longa espera se dá também pelo reduzido quadro funcional dos dois bancos. A Caixa dispõe atualmente de apenas 35 empregados, entre eles estagiários e prestadores de serviço, para atender as demandas internas e externas. E mesmo após o fechamento da agência às 15h, como do Bradesco da Nova Marabá, as filas continuam até às 18h, sinônimo de estresse não só para bancários que para atender a demanda trabalham mais de seis horas por dia, como para clientes que passam a maior parte do dia dentro de uma agência esperando por um atendimento.

Segurança – Dados da Polícia Civil do Pará revelam que nos cinco primeiros meses deste ano, 07 assaltos a bancos já ocorreram em todo o Estado, destes, 06 foram registrados no interior, com destaque para um assalto no HSBC em Marabá, no último dia 7 que durou mais de cinco horas.

Durante a visita, várias situações de insegurança foram presenciadas, e mais uma vez foi constatado que as empresas não têm investido o tanto quanto deveriam na segurança de suas agências bancárias. As falhas detectadas serão objetos de notificação aos bancos e à Polícia Federal.

Terceirização – Para atender aos pedidos de empréstimos e pagamentos de contas, o Bradesco criou dois pontos de atendimento no município, onde funcionários trabalham de segunda a sábado, exercendo os mais diversos tipos de funções sem nenhuma segurança; sendo que um desses postos já foi inclusive alvo de assaltantes, e mesmo assim continua em pleno funcionamento sem nenhum vigilante.

Abusos – E se de segunda a sexta não for suficiente para o bancário cumprir com êxito todas as suas atividades, a superintendência do Banco do Brasil tem ‘convidado’ este funcionário para um mutirão aos sábados para que os assuntos pendentes da semana sejam resolvidos.
Soluções – Diante de tanto descaso e irregularidades nas agências bancárias visitadas de Marabá, o Sindicato, preocupado com o bem estar e a saúde dos bancários do município, aproveitou a visita para mostrar à categoria, durante seminário realizado no dia 22, de que forma é possível denunciar qualquer tipo de abuso vivenciado no local de trabalho. Uma delas é procurar ou ligar para a sede da entidade que funciona em Belém (Rua 28 de setembro, 1210 – Reduto. Fone: (91) 3344-7759) ou para a própria subsede em Marabá (Folha 31, quadra 01, Lote 15A, Sala 21 – Nova Marabá. Fone (94) 9193-0721); de segunda a sexta, das 08h às 12 ou das 14h às 18h.
Já os bancos públicos ou privados, principais responsáveis pela precariedade nas instalações das agências, estão sendo convocados pelo Sindicato para reuniões onde serão discutidas alternativas para que essa realidade mude para melhor. Caso contrário, órgãos fiscalizadores serão acionados para que autuem e obriguem as empresas a cumprir as leis trabalhistas e a respeitar seus trabalhadores.
"As condições de trabalho e de atendimento nas agências bancárias são incompatíveis com os lucros bilionários dos bancos, já que enquanto os bancos lucram cada vez mais seus trabalhadores e clientes sofrem com as precárias condições de trabalho e de atendimento. Há necessidade urgente da contratação de mais bancários, e também de investimento dos bancos na segurança de seus clientes e empregados”, ressalta a diretora de Comunicação do Sindicato, Maria Gaia.

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