Ministro manteve projeção de crescimento de 6% a 6,5% para este ano.
Também disse que real é ‘moeda respeitada’ e criticou agências de rating.
Também disse que real é ‘moeda respeitada’ e criticou agências de rating.
Enquanto a maioria dos países desenvolvidos ainda sente os efeitos da crise financeira internacional, o que também gerou reflexos na Europa, com alguns países com dificuldades no pagamento de suas dívidas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, repetiu, nesta quinta-feira (17), que o Brasil saiu da crise melhor.
"O Brasil já vinha tendo um crescimento maior antes da crise. A crise nos levou à uma interrupção momentânea do crescimento, mas economia volta com vigor redobrado. Estamos crescendo com mais força do que tínhamos antes da crise. Já iniciou-se um novo ciclo de crescimento", disse ele durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) em Brasília.
O ministro da Fazenda manteve a estimativa de que a economia brasileira crescerá de 6% a 6,5% neste ano e acrescentou que a expansão econômica se dará "sem desequilíbrios". "No passado, gerava inflação e aumento da dívida externa e dívida pública. Isso não está acontecendo atualmente, o que permite que o Brasil continue crescendo", disse ele, acrescentando que a inflação deve mostrar recuo nos próximos meses.
Para Mantega, o Brasil está crescendo "sem a formação de gargalos". "Mesmo na área de infraestrutura, que estava em uma situação pior, estamos correndo bastante. Não vamos ter problemas de energia elétrica e a logística está crescendo bastante. Não haverá bolhas aqui no Brasil", disse, apesar de admitir que há falta de mão de obra qualificada – que ele classificou como um "problema excelente".
Investimentos
De acordo com o ministro, o investimento está crescendo em um "patamar elevado". "Deveremos ter um crescimento de 20% frente ao ano passado. No primeiro trimestre, cresceu 7,4%, o que dá 30% anualizado. Temos um programa de investimentos bastante ambicioso para os próximos anos, que deverá alimentar o ciclo de investimentos. Só os projetos do PAC, temos R$ 955 bilhões de 2011 a 2014. De fato, estamos tirando o atraso que havia no investimento no país", disse.
De acordo com o ministro, o investimento está crescendo em um "patamar elevado". "Deveremos ter um crescimento de 20% frente ao ano passado. No primeiro trimestre, cresceu 7,4%, o que dá 30% anualizado. Temos um programa de investimentos bastante ambicioso para os próximos anos, que deverá alimentar o ciclo de investimentos. Só os projetos do PAC, temos R$ 955 bilhões de 2011 a 2014. De fato, estamos tirando o atraso que havia no investimento no país", disse.
Afirmou, porém, que o país ainda tem muito o que avançar nesta área, pois a taxa de investimento, na proporção com o PIB, ainda é baixa. "Temos de passar dos 20%. Nessa trajetória que estamos indo, poderemos chegar um patamar satisfatório", disse. Ele lembrou que serão necessários novos investimentos por conta da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016. "Investimento é o que mais vai crescer no Brasil. Está crescendo a duas ou três vezes a velocidade do PIB. Então, é um crescimento econômico com qualidade", disse.
Real impõe respeito
Mantega disse ainda que o Brasil tem a segunda moeda mais transacionada no mercado futuro de opções. "Isso mostra que o real é uma moeda respeitada. As pessoas estão fazendo mais operações em reais do que em euros. Em euros, por motivos óbvios [crise]. Estamos na frente do ien, libra e euro como moeda de transação. Isso mostra que o real é uma moeda de transação internacional, que possui respeitabilidade e segurança. Impõe respeito em nível internacional", declarou.
Agências de rating
O ministro da Fazenda também disparou críticas às agências de classificação de risco. Segundo ele, estas empresas estavam dando "ratings" (classificações) equivocados. "Elas dão notas muitas vezes não condizentes", afirmou. Para ele, o Brasil, que já possui "investment grade", uma recomandação para investimentos, teria melhores condições do que outros países com notas ainda melhores.
"Temos de criar uma alternativa as empresas de rating, que poderia ser desenvolvida pelo FMI. Uma alternativa que pudesse ter avaliação dos países, e não só de empresas privadas", concluiu.