Banco da Amazônia

Mantega e os bancos públicos na crise







O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira, dia 13, ao comentar o resultado do Banco do Brasil, que os bancos públicos brasileiros foram responsáveis pela recuperação rápida e de forma sustentável da economia do país. Mantega defendeu a estratégia dos bancos públicos de aumentar o crédito para seus clientes e, ao mesmo tempo, reduzir as taxas de juros, mesmo com a crise econômica, que começou a ter impactos financeiros no Brasil no final do ano passado.


Hoje, o Banco do Brasil divulgou seu balanço do segundo trimestre. De acordo com o balanço, no final do primeiro semestre, a instituição dispunha de ativos totais de R$ 598,839 bilhões – quase R$ 2,5 bilhões a mais do que o grupo Itaú-Unibanco. O resultado recolocou o BB em primeiro lugar entre as instituições financeiras brasileiras.


Mantega ressaltou que, desde setembro do ano passado, início das turbulências, até agora, os bancos que mais aumentaram o crédito foram os bancos públicos, considerados agressivos pelo ministro na busca de clientes e na redução das taxas dos empréstimos.


"Eles foram os principais responsáveis pela recuperação do crédito da economia, que, por parte dos bancos públicos, cresceu 25% nesse período, contra 2,5%, 3% dos bancos privados. Eles são responsáveis pela recuperação rápida da economia e fizeram isso de maneira sustentável", disse.


Na avaliação do ministro, o BB só ganhou ao emprestar mais com taxas de juros menores. Para ele, a estratégia funcionou porque o banco estatal começou a ganhar mais mercado no sistema financeiro. "Isso mostra que nem sempre dá certo aquela tática de diminuir crédito e subir o spread [diferença entre a taxa de captação e a taxa cobrada dos clientes]", disse.


Segundo o ministro, o aumento do crédito do Banco do Brasil se deu com um nível de inadimplência menor do que na média do setor financeiro e sem qualquer tipo de irresponsabilidade e com padrões de eficiência.


Mantega afirmou que isso que é uma lição para os bancos privados, que deveriam aprender que é melhor "lucrar dando crédito do que aumentar taxas de juros e com spreads elevados" . Para ele, é um equívoco dos bancos públicos esse tipo de atitude, além de não contribuir para a retomada da economia.


"Os bancos públicos estarão pressionando os bancos privados e é importante que eles acordem, pois logo vão ter fatias menores do mercado. É possível fazer política pública, e mesmo contentando os acionistas, que estão satisfeito após essa performance do BB", disse o ministro. Ele elogiou a direção do BB, considerando-a mais agressiva e ousada ao levar à frente, "com tenacidade", a estratégia de aumentar o crédito na economia brasileira com responsabilidade.

O ministro da Fazenda criticou ainda o presidente-executivo do Itaú-Unibanco, Roberto Setúbal, por ter dito que as taxas de juros praticadas não são sustentáveis em muitos casos. "O presidente do Itaú se equivocou. Ele perdeu a oportunidade de não se equivocar. Ele não esperou o resultado do Banco do Brasil. Falou antes e, portanto, cometeu uma falácia. Um erro grave", disse. De acordo com Mantega, ele não viu, não sabia que o BB estava aumentando o crédito, baixando os juros e tendo um lucro maior.


"É o que eles deveriam fazer também. Porque se eles não seguirem o exemplo vão começar a comer poeira dos bancos públicos", concluiu.


Fonte: Daniel Lima – Agência Brasil

Deixe seu comentário

Seu email não será publicado.

Notícias relacionadas