Retirada de recursos no trimestre se deve ao saldo negativo de fevereiro. Em março, no entanto, depósitos superaram retiradas em R$ 307 milhões.
A caderneta de poupança registrou ingresso líquido de recursos da ordem de R$ 307 milhões em março deste ano, informou o Banco Central nesta quarta-feira (6). Entretanto, no acumulado do primeiro trimestre deste ano, as saídas de recursos superaram as entradas em R$ 162 milhões.
Trata-se do pior resultado para o primeiro trimestre de um ano desde 2009, quando houve uma retirada de R$ 582 milhões da poupança, segundo números da autoridade monetária.
O resultado do primeiro trimestre deste ano foi influenciado pela saída de recursos de R$ 745 milhões registrada em fevereiro deste ano. No primeiro mês de 2011, o saldo havia ficado positivo, com mais entrada do que saída de recursos na poupança, em R$ 275 milhões. Em todo ano de 2010, a poupança recebeu um volume recorde de recursos (R$ 38,68 bilhões), apesar do baixo rendimento.
Depósitos e retiradas
Em março de 2011, de acordo com o Banco Central, os depósitos de recursos na caderneta de poupança somaram R$ 101,74 bilhões, enquanto que as retiradas totalizaram R$ 101,44 bilhões. Ao fim do período, o saldo total de recursos depositados na poupança somou R$ 384 bilhões.
Já no acumulado dos três primeiros meses deste ano, os depósitos de recursos na mais tradicional modalidade de investimentos do país totalizaram R$ 294,9 bilhões, enquanto que os saques somaram R$ 295 bilhões.
Crédito imobiliário
As aplicações em caderneta de poupança estão divididas em duas modalidades: Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e a chamada poupança rural.
No caso do SBPE, 65% dos recursos devem ser destinados a empréstimos imobiliários, o que aumenta a disponibilidade de financiamentos para a compra da casa própria, e, na poupança rural, os recursos são canalizados para o desenvolvimento da agricultura.
No trimestre, o SBPE teve uma retirada líquida (acima do volume de depósitos) de R$ 103 milhões no período. A saída de recursos da caderneta de poupança, portanto, não é positiva para o crédito imobiliário.