Oriente Médio, alta de alimentos e terremoto no Japão trazem incertezas, diz OMC
O crescimento do comércio global em 2011 será de 6,5%, o que sinaliza um retrocesso em relação ao recorde de 14,5% registrado em 2010, segundo os últimos dados revelados nesta quinta-feira (7) pela OMC (Organização Mundial do Comércio).
Os economistas do organismo que rege o comércio mundial estimam que a tendência a longo prazo ainda não foi recuperada. Além disso, há bastante incerteza sobre qual será impacto no comércio de recentes eventos como as revoltas no Oriente Médio, o aumento do preço dos alimentos e das matérias-primas e o terremoto seguido de tsunami no Japão.
No entanto, se o crescimento de fato atingir 6,5%, será maior que o aumento médio anual de 6% registrado entre 1990 e 2008, quando a crise econômica mundial abalou os mercados. Os economistas consideram que a alta de 14,5% – ritmo anual mais alto da série iniciada em 1950 – se viu impulsionada por uma recuperação de 3,6% da produção mundial.
Esses dados se referem ao crescimento do comércio mundial em volume, ou seja, ao comércio em termos reais, ajustado para levar em conta as variações dos preços e das taxas de câmbio. O relatório "O Comércio Mundial em 2010 e Perspectivas Para 2011" indica também que as "pressões protecionistas" ainda não desapareceram totalmente e que podem reaparecer por causa do elevado desemprego das economias desenvolvidas e das estritas medidas de recuperação econômica na Europa.
A respeito de 2010, as economias desenvolvidas registraram um crescimento de 12,9% das exportações, em comparação com um aumento médio de 16,7% nos países em desenvolvimento. No ano passado, só as exportações da China aumentaram 28,4%. Por sua vez, as vendas para o exterior dos Estados Unidos cresceram 15,4%, as da União Europeia foram de 11,4%, e as da América do Sul e Central combinadas subiram 6,2%.
A participação combinada das economias em desenvolvimento e da CEI (Comunidade dos Estados Independentes) – países da antiga União Soviética – nas exportações mundiais passou a 45%, número mais alto já registrado.