O número de tentativas de assaltos a bancos em Mato Grosso chegou a quatro em uma semana, com a ação realizada no Branco do Brasil nesta terça-feira (12) em Poxoréo (251 Km da capital). Em Poxoréo, os assaltantes chegaram em bando, fizeram reféns, trocaram tiros com a polícia e levaram dinheiro. De acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), somente no primeiro semestre, o estado sofreu 48 assaltos ou tentativas em que os ladrões utilizaram a mesma tática, conhecida como “novo cangaço”. O Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (SEEB-MT) contabiliza 11 ações de criminosos entre tentativas e assaltos nos bancos do Estado.
Investir em câmeras de alta qualidade, portas giratórias, vidros blindados e instalação de biombos seriam alternativas para diminuir ações deste tipo, de acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (SEEB-MT), Arilson da Silva. “A segurança tem sido uma pauta constante nas discussões e ações do Sindicato dos Bancários e deve ser uma preocupação de todos, já que o que está em jogo não são os bens dos bancos, mas a vida dos bancários e de toda a sociedade”, diz Silva.
Na pesquisa divulgada pela Contraf esta semana, Mato Grossos aparece em quinto lugar no ranking dos estados que mais sofrem tentativas de assaltos no país, com 48 ações registradas no primeiro semestre. Está, inclusive, bem à frente do Rio de Janeiro, que é uma cidade muito mais populosa e tida como uma das mais violentas do Brasil. De acordo com o secretário de Imprensa da entidade, Ademir Wiederkehr,“essas ações demonstram a precariedade e a fragilidade do sistema de segurança dos bancos. É preciso ampliar esse sistema, com câmeras dentro e fora das agências”. O secretário acredita ainda que além dos bancos reforçarem a segurança interna, o Estado também precisa investir em segurança pública para inibir os bandidos.
Mas enquanto os dados aumentam, pouco tem sido feito para impedir ações criminosas nos bancos. O Sindicato dos Bancários de Mato Grosso destaca que a ação dos bancos e do poder público deve ser imediata. “Nós fizemos ao governo do estado uma proposta de criar um grupo de discussão sobre segurança. Criamos, já fizemos reuniões, sugerimos e discutimos a questão e agora os bancos e o estado devem fazer cada um a sua parte”, acrescenta o presidente do SEEB-MT.
Estão à frente de Mato Grosso na pesquisa da Contraf apenas São Paulo (com 283 ações); Bahia (61); Paraná (56) e Paraíba (54). Logo depois do estado aparece o Rio Grande do Sul, com 47 ações e o Rio de Janeiro aparece em 14º lugar.