Banco da Amazônia

Bancos públicos seguem à frente de privados na expansão do crédito

BRASÍLIA – Os bancos públicos continuaram à frente dos privados e lideraram o ritmo de expansão dos empréstimos e financiamentos do sistema financeiro em julho, segundos dados divulgados pelo Banco Central.

Juntos, os ativos de crédito da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil, do BNDES e de outras instituições estatais somaram R$ 779,534 bilhões no fim do mês, 1,4% além do que eram junho.

Já os privados nacionais viram o saldo de suas operaçoes crescer 0,9% no mês, aumento inferior ao dos privados de controle estrangeiro (1,0%).

No acumulado até julho, os bancos públicos também estão na frente com aumento de 9,2%. Em seguida, aparecem os privados nacionais, com crescimento de 8,6%, e os de controle estrangeiro, com 7,7%.

Deliberadamente turbinadas pelo governo federal como reação à crise mundial de liquidez em 2008 e 2009, as operações dos bancos públicos ainda são as mais expressivas em valores nominais, tendo chegado ao fim de julho em R$ 779,534 bilhões, ante R$ 755,593 bilhões das dos bancos privados nacionais e R$ 319,120 bilhões referentes aos bancos privados de controle estrangeiro.

Inadimplência

O relatório do BC traz também dados sobre a qualidade do crédito em cada segmento, sob o ponto de vista do risco de inadimplência.

Nos bancos públicos, as operações com classificação de AA até C, consideradas de risco normal e com inadimplência máxima de dois meses, subiram 1,7% em julho, enquanto as de risco 1 (notas de D a G) caíram 5,5% no mês. São classificadas no risco 1 aquelas com parcelas em atraso máximo de seis meses.

As de risco 2 ou H, que subiram 2,0%, são as de maior possibilidade de calote, pois referem-se a devedores com mais de seis meses de pagamentos atrasados.

Nos privados nacionais, a evolução do saldo nesses três grandes grupos de classificação de risco foi, respectivamente, de 0,8 %, 1,2% e 3,8% em julho. Nos privados de controle estrangeiro, as mesmas operações avançaram em 1,0% , 1,4% e 0,9%.

O volume de provisões para risco de crédito continua superior ao dos financiamentos e empréstimos com parcelas em atraso há mais de 90 dias, critério usado pelo BC para medir a inadimplência. No conjunto do sistema, o volume da inadimplência encerrou julho em R$ 64,520 bilhões, 61,7% do total de provisões, que atingiram R$ 104,563 bilhões.

Nos públicos, especificamente, consideradas sempre posições do fim de julho, essa proporção é de 45,14%, nos privados nacionais de 64,33% e nos privados de controle estrangeiro, de 85,86%.

Medida em relação ao total de operações, a inadimplência é considerada irrelevante pelo BC, pois é inferior a centésimo de ponto percentual.

A inadimplência que o BC entende como relevante é a das operações referenciais para apuração de taxas de juros, que corresponde a maior parte das operações com recursos livres dos bancos. O crédito direcionado não entra na apuração dos juros nem desse indicador mais relevante de inadimplência.

http://www.valor.com.br/financas/986222/bancos-publicos-seguem-frente-de-privados-na-expansao-do-credito

Deixe seu comentário

Seu email não será publicado.

Notícias relacionadas