O dólar opera em alta nesta terça-feira (5) pelo terceiro dia de negócios seguido, acompanhando o movimento nos mercados externos e após o Banco Central anunciar pela terceira vez consecutiva leilão de swap reverso, que equivale à compra futura de dólares.
Às 14h09, a moeda norte-americana subia 1,02%, vendida a R$ 3,2982.Veja a cotação do dólar hoje.
Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h09, alta de 0,58%, a R$ 3,284.
Às 9h39, alta de 0,85%, a R$ 3,292.
Às 10h40, alta de 0,49%, a R$ 3,2809
Às 11h10, alta de 0,71%, a R$ 3,2883
Às 12h20, alta de 0,9%, a R$ 3,2942
"A semana efetivamente começa hoje e o ambiente é negativo para o real. A preocupação com (a saída britânica da UE) voltou e a atuação do BC não dá espaço para o dólar cair mais", disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW João Paulo de Gracia Corrêa à agência Reuters.
O referendo britânico do mês passado gerou forte volatilidade nos mercados financeiros globais, com a perspectiva de estímulos econômicos parcialmente compensando as turbulências financeiras.
A apreensão voltava a prevalecer nesta sessão, mesmo após o presidente do banco central britânico, Mark Carney, afirmar que o BC provavelmente precisará oferecer mais estímulos econômicos.
No Brasil, o efeito do mau humor externo era potencializado pela atuação do BC, que vendeu pela terceira sessão consecutiva 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares, retomando o instrumento após deixá-lo de lado por mais de um mês.
"O BC viu uma oportunidade e aproveitou. Parece a decisão correta, o mercado de fato estava comprando demais a ideia de um dólar baixo", disse o operador de um banco nacional que opera diretamente com a autoridade monetária à agência Reuters.
A ausência havia levado muitos investidores a apostar que o BC sob o comando deIlan Goldfajnseria menos propenso a atuar no câmbio do que sob seu antecessor,Alexandre Tombini.
Nesta manhã, o indicador à diretoria de Política Monetária do BC, Reinaldo Le Grazie, afirmou que intervenções pontuais que sirvam para corrigir fortes distorções são práticas saudáveis desde que não alterem a trajetória da moeda.
Nesse sentido, operadores afirmaram acreditar que o BC não tem como objetivo manter o câmbio em algum patamar específico, querendo apenas moderar o movimento. Muitos operadores acreditavam que Tombini almejaria proteger as exportações brasileiras de um dólar mais fraco.
Último fechamento
Na segunda-feira (4), o Banco Central interveio pela segunda vez seguida no câmbio e vendeu 10 mil swaps reversos, que equivalem à compra futura de dólares. Até o leilão de sexta-feira passada, o BC não usava esse instrumento desde 18 de maio.
"Um leilão de swap reverso tem um efeito de compra no mercado e, a rigor, esse tipo de operação impacta elevando a taxa de câmbio", explicou aoG1o economista e diretor da NGO Sidnei Moura Nehme.
O dólar subiu 0,99%, a R$ 3,2649 na venda. No mês de julho, o dólar tem alta de 1,6%. No acumulado de 2016, no entanto, a moeda recua 17,3%.
Dólar em queda
O dólar em baixa ameaça a boa fase das exportações brasileiras, mas pode ter um efeito colateral benéfico para a economia em recessão,avaliam economistas ouvidos peloG1.
Segundo analistas, mesmo que uma queda mais profunda leve a balança comercial de volta ao vermelho, ela pode ser um remédio contra a inflação – num momento em que os juros perderam a eficácia no controle dos preços.
http://g1.globo.com/economia/mercados/noticia/2016/07/cotacao-do-dolar-050716.html