É do conhecimento de todos que o Congresso dos Funcionários é o fórum onde são debatidas as pautas da categoria e onde é elaborada a minuta específica dos funcionários do BNB. É no Congresso que se formulam as bases e o alicerce das reivindicações para a Campanha Salarial.
No contexto de relevância que envolve o Congresso, é um absurdo que a AFBNB, entidade tão importante e que tanto tem contribuído para as conquistas da categoria, seja escanteada do processo de organização e coordenação do evento à revelia, sem qualquer critério transparente.
Opinião
No entendimento da AFBNB, a Contraf está cometendo um grande equívoco ao tentar centralizar e homogeneizar todo o processo de representação e negociação dos trabalhadores do BNB. O movimento político de representação de uma categoria, para ser vitorioso, necessita de pluralidade e democracia, e não de segregacionismo e de uma política excludente.
De acordo com o diretor de Organização da AFBNB, Assis Araújo, a atitude em delegar à Contraf o poder de negociação e de representação dos trabalhadores do BNB reflete um processo de burocratização intencional que os sindicatos que vêm perdendo legitimidade nas suas bases tendem a seguir. “Quando eles percebem que a base está se reorganizando para levar a cabo as mudanças necessárias na cúpula desses sindicatos, eles tentam frear esse processo. E a melhor forma de fazê-lo é verticalizando a ação sindical, delegando poderes a confederações alheias às demandas da base que representam”, esclarece Assis.
Para a AFBNB, esse unilateralismo somente justifica uma ação deliberada de represália às ações da Associação, por ter se comportado, ao longo de suas últimas gestões, de forma autêntica e autônoma, sem nunca ter se curvado ou sido cooptada pelo “canto da sereia” patronal. Pelo contrário, este modo independente de atuação da AFBNB viabilizou sucessivas reeleições da sua Diretoria, derrotando, em todas elas, composições formadas por representantes da Contraf.
Pode-se até retirar a Associação desses fóruns, mas jamais se excluirá a sua base, que a apóia fortemente e, com seus votos, já derrotou seguidas vezes estes mesmos atores que hoje tentam escanteá-la do processo negocial e de representação dos funcionários. Para o diretor Dorisval de Lima, essa é a verdadeira face do pessoal que quis dirigir a AFBNB, mas que a base dignamente derrotou: tratar a Associação como “persona non grata”.
Alheia a essas artimanhas políticas, a AFBNB vai cumprir seu papel histórico de mobilização, união e participação ativa e pujante na Campanha Salarial. Porque, para aqueles que fazem a Associação, o processo político se constrói a partir da base e não calcado em dirigentes autocratas que se pintam de senhores do processo, mas que, a bem da verdade, pensam tão-somente nos seus próprios interesses.