Após seis rodadas de negociações, nas quais rejeitaram todas as propostas sobre saúde e condições de trabalho, igualdade de oportunidades, emprego e segurança, os bancos anunciaram nesta quarta-feira 17 que apresentarão propostas para as cláusulas econômicas da pauta de reivindicações na próxima reunião, marcada para o dia 24.
Consciente de que os banqueiros só negociarão a sério com pressão da categoria, o Comando Nacional dos Bancários aprovou um calendário de mobilização que aponta para a greve caso os bancos não atendam às reivindicações.
"Desde o início do processo negocial construímos um calendário de discussão por blocos temáticos, para que pudéssemos aprofundar o debate e avançássemos na construção de propostas que atendam as expectativas dos bancários. Mas os bancos rejeitaram nossas reivindicações bloco por bloco, deixando claro que apostam no confronto. Por isso temos que intensificar a mobilização em preparação à greve da categoria, caso as negociações não avancem", conclama Vagner Freitas, presidente da Contraf/CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.
O calendário de mobilizações aprovado pelo Comando ao final da rodada de negociações desta quarta-feira é o seguinte:
19/9 – Negociação das questões específicas da Caixa Federal.
22 a 29/9 – Manifestações em todo o país.
23 e 24 – Negociação das reivindicações específicas do Banco do Brasil.
24 – Negociação para apresentação de propostas econômicas com a Fenaban.
25 – Dia Nacional de Luta.
26 – Negociação das questões específicas com a Caixa Federal e com o BNB.
Até 29/9 – Realização de assembléias em todos os sindicatos para avaliar as propostas que a Fenaban apresentará no dia 24.
Cláusulas econômicas
A rodada de negociação desta quarta-feira começou com os representantes dos bancos querendo condicionar a negociação das cláusulas econômicas à discussão dos três temas propostos por eles no dia anterior (redução do tempo de concessão do auxílio-creche/babá, diminuição do vale-transporte a estabilidade dos bancários em situação de pré-aposentadoria).
O Comando Nacional rejeitou a condicionante e insistiu na necessidade de os bancos apresentarem propostas concretas que atendam as expectativas dos bancários, com aumento real de salário e valorização dos pisos. "Deixamos claro para eles que o fechamento de um acordo na campanha deste ano passa pela valorização dos pisos", diz Carlos Cordeiro, secretário-geral da Contraf/CUT e membro do Comando Nacional.
Os negociadores da Fenaban disseram que os bancos vão se reunir somente no dia 23 para discutir as reivindicações e que apresentarão no dia seguinte propostas para o índice de reajuste, para os pisos salariais e para os auxílios (creche/babá, tíquete-refeição, cesta-alimentação etc.).
Os bancários exigiram também resposta sobre a reivindicação para acabar com as metas abusivas. Os negociadores da Fenaban disseram que não existem metas abusivas e que a questão das metas é assunto individual de cada banco em suas estratégias de concorrência. Acrescentaram que esse não é tema econômico e que, quando houver problemas relacionados a ele, devem ser discutidos na mesa temática sobre assédio moral.
PLR
O Comando Nacional também exigiu resposta à nova formulação de participação nos lucros apresentada pelos bancários, mais simples e com aumento de valor: três salários mais R$ 3.500. Os representantes dos bancos responderam que ainda não fizeram simulação sobre a nova proposta.