Os bancos retomaram a trajetória de ganhos crescentes no segundo semestre de 2009, com lucro líquido de R$ 23,6 bilhões no período, alta de 20% sobre os primeiros seis meses do ano passado. A grande estrela, mais uma vez, foi a receita com cartões, que avançou 13,5% e atingiu R$ 13 bilhões, mas as receitas de prestações de serviços típicos de bancos de investimentos foram as que mais cresceram (69,8%), de acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira do Banco Central.
Mesmo com a queda da Selic, os bancos registraram elevação da rentabilidade no segundo semestre. Por um lado, diz o BC, o sistema tem procurado aumentar a base de clientes e o volume de operações e, também, substituído por operações de crédito as aplicações em ativos de menor retorno, como títulos do governo. O BC conclui que a rentabilidade deve se manter em "níveis elevados" nos próximos anos.
O BC também aponta a diversificação das fontes de resultado, menos influenciado pelas receitas de tarifas e mais pelas rendas de mercado de capitais (R$ 1,436 bilhão) e de cartões de crédito.
Segundo o REF, divulgado ontem, as provisões dos bancos passaram a consumir mais de 20% das receitas brutas de intermediação financeira, contra 15% no período pré-crise.
Por fim, o BC também concluiu que as compras realizadas ao longo do ano mantiveram a tendência de elevação dos níveis de concentração, embora as "características e condicionalidades" dessas transações tenham "mitigado eventuais efeitos anticompetitivos nos mercados relevantes afetados".