"Apresentamos os pontos principais do projeto de lei de segurança privada que bancários e vigilantes entregaram no ano passado ao então ministro Tarso Genro, visando contribuir para proteger a vida de trabalhadores e clientes e evitar mortes, feridos e traumatizados", destacou o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
"Defendemos a ampliação dos equipamentos obrigatórios de segurança, com a inclusão de câmeras de filmagem em tempo real e monitoramento fora do local controlado, portas individualizadas com detector de metais em todos os acessos destinados ao público, vidros blindados nas fachadas e divisórias individuais na bateria de caixas e entre os caixas eletrônicos", salientou. "Só assim podemos combater a violência e reduzir assaltos, sequestros e golpes como a saidinha de banco", citou.
O presidente da CNTV, José Boaventura Santos, apontou a necessidade de atualizar a legislação para combater a precarização do atendimento bancário, que aprofundou os problemas de insegurança na sociedade, cujas principais vítimas da violência são os trabalhadores e os clientes. "Lotéricas, correspondentes e o banco postal não podem continuar espalhando insegurança, colocando em risco a vida dos trabalhadores e da população", alertou.
Boaventura também chamou a atenção para equívocos na regulamentação da lei, como a Mensagem da Polícia Federal que possibilita que, no horário de almoço, haja uma redução do número de vigilantes nas agências. "Em vez de facilitar, precisamos inibir a ação dos criminosos", comparou. Ele ainda defendeu um mecanismo efetivo de combate a atividades ilegais no setor, como os conhecidos "bicos" de policiais.
A diretora da Contraf-CUT, Marilza Speroto, considerou positivo o encontro com a assessoria do novo ministro da Justiça. "Além de sermos ouvidos, pudemos defender as propostas que construímos nos últimos anos para responder às inquietações dos bancários e vigilantes que diariamente convivem com o medo e a violência, enquanto os bancos agem com descaso e as estatísticas apavoram a sociedade brasileira", avaliou.
Os representantes dos bancários e vigilantes se comprometeram em levar novas propostas ao Ministério da Justiça, ajudando a construir um projeto de lei de segurança privada que atenda as expectativas dos trabalhadores e da sociedade, com avanços e nenhum retrocesso.