"Esses lucros bilionários, que anunciam a tendência do sistema financeiro no primeiro semestre, comprovam mais uma vez que os bancos possuem todas as condições de atender a pauta de reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários 2010, a ser entregue na primeira quinzena de agosto, tão logo a data seja agendada pela Fenaban", afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.
"Queremos melhoria e igualdade na remuneração entre homens e mulheres e, por isso, reivindicamos o reajuste salarial de 11% (inflação projetada de 5,71% mais aumento real de 5%); elevação do piso para o mínimo calculado pelo Dieese; Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 4 mil; e vale-refeição, cesta-alimentação e 13ª cesta-alimentação no valor de um salário mínimo (R$ 510); e previdência complementar para todos os bancários, dentre outros itens", destaca o dirigente sindical.
"Mas nós precisamos ir além das questões econômicas. Outro banco é preciso, com as pessoas em primeiro lugar. Para tanto, exigimos o fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, garantia de emprego, mais contratações e segurança contra assaltos, dentre outros pontos", enfatiza Carlos Cordeiro.
"Esse desempenho é fruto direto do suor do trabalho dos bancários e está na hora de serem mais valorizados", diz a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira. "Assim como o Bradesco, as demais instituições financeiras públicas e privadas devem apresentar seus balanços, nos próximos dias, com resultados expressivos, como aconteceu no primeiro trimestre do ano. São informações oficiais que mostram que essas empresas têm plenas condições de atender as reivindicações da categoria", completa a presidenta.
Bradesco
O lucro de R$ 4,6 bilhões é 16,4% superior a igual período de 2009, quando o banco registrou R$ 3,9 bilhões no lucro recorrente.
Em 30 de junho, os ativos totais do banco estavam em R$ 558,1 bilhões, com expansão de 15,7% sobre junho de 2009. O patrimônio líquido subiu 18,8% nessa comparação, para R$ 44,295 bilhões.
Entre os indicadores para o crescimento histórico, destaca-se a receita com prestação de serviços de R$ 6,3 bilhões, contra R$ 5,6 bilhões em 2009. Já a evolução da carteira de crédito total na comparação entre os semestres aumentou 15%.
Santander
O lucro de R$ 3,529 bilhões no primeiro semestre representa crescimento de 44,3% frente aos R$ 2,445 bilhões da primeira metade do ano passado.
Pelo padrão contábil brasileiro (BR GAAP), no primeiro semestre do ano o lucro líquido foi de R$ 2,016 bilhões, ante os R$ 1,006 bilhão apurados no mesmo período do ano anterior. O resultado dos primeiros seis meses de 2010 inclui despesa de amortização de ágio de R$ 1,621 bilhão. As despesas administrativas cresceram 2,5% no período.
O volume de operações de crédito subiu 9,9% na mesma base de comparação. O patrimônio líquido fechou em R$ 65,325 bilhões, ante R$ 49, 382 bilhões no primeiro semestre do ano passado. Vale lembrar que o Banco Central (BC) autorizou em junho um aumento de capital social no valor de R$ 22 milhões.
Com isso, o Brasil já tem o mesmo peso que a Espanha na geração de lucro para o Santander, o maior da zona do euro e um dos menos afetados pela crise global. Sozinho, o Brasil contribuiu com US$ 1,711 bilhão para o grupo espanhol no primeiro semestre, o equivalente a 22% dos ganhos mundiais do grupo e a mesma fatia da matriz na Espanha.