Sem qualquer avanço para os trabalhadores as mesas de negociação têm sido marcadas pela intransigência da Fenaban e das direções do BB, Caixa e do Banco da Amazônia, que suspendeu unilateralmente as negociações sem data prevista para retomada.
Dados apontam que o lucro dos Bancos cresceu 32% em comparação ao do primeiro semestre com igual período do ano passado. No entanto, os banqueiros propõem a proposta vergonhosa de apenas repor a inflação de 4,29%, sem nenhum percentual de aumento real, considerando abusiva a reivindicação de 11% dos bancários.
Outras categorias tiveram êxito em suas negociações, por exemplo, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que terão 9% de reajuste na data-base mais 1,66% de correção de tabela salarial, totalizando na prática uma correção de 10,81%, além de um abono salarial de R$ 2.200.
LUCROS
Enquanto os Bancos oferecem apenas 4,29% como proposta de índice, somente o lucro dos cinco Bancos Públicos federais cresceu 72% no segundo trimestre de 2010 de R$ 6,1 bilhões para R$ 10,5 bilhões em relação ao mesmo período do ano passado. No mesmo período, o lucro de 122 Bancos privados avançou 26% de R$ 13,8 bilhões para R$ 17,4 bilhões.
Com a rejeição da Fenaban às reivindicações dos trabalhadores, o Comando Nacional de negociação da Contraf indica o início de greve por tempo indeterminado. Os sindicatos de todo o país realizarão assembléias e se até segunda-feira 27, os Bancos não apresentarem propostas que respeitem as reivindicações da categoria, a greve será deflagrada a partir do dia 29. O Sindicato do Pará e Amapá, por exemplo, reúne hoje em Assembléia Geral toda a categoria às 19h, para discutir e deliberar sobre essa situação.
O que os bancários reivindicam
● 11% de reajuste salarial.
● Piso salarial de R$ 1.510 para portaria, R$ 2.157 para escriturário (salário mínimo do Dieese), R$ 2.913 para caixas, R$ 3.641 para primeiro comissionado e R$ 4.855 para primeiro gerente.
● PLR de três salários mais R$ 4 mil fixos.
● Aumento para um salário mínimo (R$ 510) dos valores do auxílio-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá.
● Previdência complementar em todos os bancos.
● Proteção à saúde do trabalhador, que inclua o combate às metas abusivas, ao assédio moral e à falta de segurança.
● Medidas para proteger o emprego, como garantias contra demissões imotivadas, reversão das terceirizações e fim da precarização dos correspondentes bancários.
● Mais contratações para amenizar a sobrecarga de trabalho, acabar com as filas e melhorar o atendimento ao público.
● Planos de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS) em todos os bancos.