Esta campanha salarial vai ficar na nossa história! Palavras muito ouvidas na assembléia do Sindicato dos Bancários que aprovou a proposta do Banco da Amazônia, para o fechamento do pré-Acordo Coletivo de Trabalho, a viger no período de 01.09.2010 a 31.08.2011.
A unidade da categoria foi fundamental para as conquistas importantes obtidas no processo de negociação com o banco. Uma das características marcantes dessa greve foi a disposição firme dos empregados em lutar por aquilo que achavam como reivindicações justas e que já não podiam mais serem proteladas.
Todo tempo, no semblante dos empregados, estava estampado o sentimento de confiança e otimismo. Uma greve, portanto, com a participação muito consciente da categoria.
Entre as conquistas mais importantes do movimento grevistas, além dos aumentos reais nas verbas remuneratórias, pelo menos é de se destacar duas: o fim do modelo de distribuição da PLR, que era imposto e discriminatório para a maioria dos empregados e, o compromisso do banco de fazer a revisão do PCS, a partir de março de 2011.
Sem dúvida, são vitórias de suma importância para o conjunto dos empregados, porque quebram um verdadeiro tabu em relação à dificuldade desses assuntos serem debatidos. Agora, está presente a possibilidade de se corrigir desvios intoleráveis no Plano de Classificação de Cargos e Salários (PCCS) e uma distribuição mais equânime da PLR.
A nossa greve, mostrou também, que a capacidade de organização dos trabalhadores é fundamental para o avanço de suas conquistas. Por isso, o fortalecimento das entidades sindicais de base, federações é a CONTRAF-Cut é condição primordial. É nosso dever prestigiar nossas entidades representativas.
NOSSA FORÇA É NOSSA UNIÃO!
Sindicato e AEBA, fortaleça-os!
UNIDADE NA LUTA POR AVANÇOS REAIS
Foram 22 dias de paralisação do nosso pessoal, enquanto que os bancos privados, o BB e o Banpará grevaram por 15 dias; a CEF, 16 dias; e o BNB, 20 dias.
O balanço dessa diferença de postura mostra que: os particulares ganharam 7,5% (limitados a proventos até R$ 5.250,00); o mesmo percentual para o BB e a CEF (sem valor teto); e o Banpará, 10,80%
Já a nossa vitoriosa luta, paralisando mais de 70% das unidades do Banco por 22 dias, resultou em ganhos superiores, destacadamente:
► Reajuste do vencimento padrão: 11%. Como o INPC do período foi de 4,29%, isso resulta em ganho real de 6,4% – o maior dos últimos 20 anos;
► 7,5% sobre as demais verbas remuneratórias sem teto restritivo (ganho real de 3,1%);
► 7,5% sobre as cláusulas sociais com efeitos econômicos (idem);
► Conversão dos 5 dias de abono-assiduidade em dinheiro também para os admitidos a partir de 1996;
► Manutenção por 3 meses do ressarcimento do Programa de Educação Continuada para empregados afastados por problemas de saúde;
► Compromisso de elaborar um Programa de Preparação para a Aposentadoria;
► Concessão de uma hora por dia para amamentação de filho(a) pela empregada por até 3 meses além do prazo da licença-maternidade;
► Pagamento da segunda parcela do 13º. salário no mês de novembro;
► Adiantamento de R$ 650,00 por conta da PLR e as diferenças dos reajustes desde setembro, serão pagas até 10 dias da assinatura de um pré-acordo entre os Sindicatos da base e o Banco, ou seja, ainda em novembro.
:: Em relação aos dias parados
A compensação dos dias parados se dará da seguinte forma: Para cada 2 horas de greve, compensa-se com 1 hora trabalhada. Por exemplo, para quem tem uma jornada de trabalho de 6 h e grevou de 29/09 até 20/10, contabilizou 15 dias úteis não trabalhados para compensar. Para encontrar as horas a compensar, multiplica-se os 15 dias úteis de greve por 6 e divide-se por 2, o que dá 45 horas. Para a jornada de trabalho de 8 h, multiplica-se os dias úteis de greve por 8 e divide-se por 2, para encontrar as horas a compensar.
A AEBA entende como justo que os empregados com crédito de horas, em função da extrapolação da jornada, devido a sobrecarga de trabalho, que negocie junto ao gestor da unidade a compensação das horas de greve, incluindo os créditos dessas horas.
:: PLR – A PLR deste ano será inovadora. Assim:
Total: 9,25% do lucro líquido (os 6,25% legais mais 3 pontos percentuais), sendo 40% do montante distribuídos linearmente para todo o pessoal e os 60% restantes, proporcionalmente às remunerações de cada empregado. Assim, pela primeira vez, foi quebrado um paradigma do Banco em impor essa distribuição a critérios da sua direção.
:: PCS
O Banco se compromete em constituir mesa para discussão do Plano de Cargos e Salários, a partir de março de 2011. Ficou acertado na Assembléia dos empregados, que as entidades representativas da categoria, juntamente com a CONTRAF-Cut, formatará uma proposta de PCS a ser apresentada ao Banco. Supera-se o antigo discurso do Banco de nem sequer discutir o assunto “antes de encerrada a pendência da CAPAF”.
:: Os empregados do Banco resgatam sua auto-estima!
A unidade e a garra, ou seja, a plena disposição de luta dos empregados do Banco da Amazônia, unidas à paciência de irmos até o limite cuidadosamente aprovado pela grande maioria nas Assembléias, resultou em ganhos superiores aos obtidos nas demais instituições financeiras;
O comando consciente e responsável tanto dos Sindicatos quanto da AEBA, em comum acordo com a CONTRAF-CUT e a FETEC Centro-Norte, estas, exercendo as funções de unificadoras do movimento em todas as bases, conduziu à sua coesão, bem como a uma administração política cuidadosa que conduziu à finalização da luta apenas no momento apropriado, com os ganhos reais acima informados, proporcionando a que todos os colegas fossem trabalhar na quinta-feira com um sorriso nos lábios.
Ao findar esta etapa por melhores condições de vida e trabalho no Banco da Amazônia, a AEBA quer, antes de tudo, parabenizar cada um dos colegas, cada uma das colegas, que mostraram mais uma vez sua disposição de luta, de coragem em enfrentar as ameaças da direção da empresa, posicionando-se com firmeza pela defesa de suas propostas, resultando na melhoria não somente de sua qualidade de vida, mas, sobretudo, de sua auto-estima.
Mais uma vez, nosso reconhecimento, expresso em que a AEBA SOMOS TODOS NÓS, que lutamos bravamente por nossos ideais.