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Relatório sugere atenção dos reguladores a bancos com ‘super lucro’

Os reguladores em busca de prevenir novas crises mundiais devem tomar cuidado para não exigir muito dos bancos e forçá-los a atuar no mercado de "shadow banking", indicou um relatório publicado nesta quarta-feira para coincidir com a abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos.

O "shadow banking system" (sistemas bancário na sombra, na tradução literal) foi o nome dado a instituições que atuam no mercado financeiro e de crédito sem terem de se submeter à regulação de bancos.
O sistema de normas mais frouxa para essas instituições, que incluem bancos de investimento independentes, fundos de investimento, bancos regionais de crédito hipotecário, foi apontado como um dos fatores que favoreceram a crise financeira de 2008.
 
O relatório apresentado pela consultoria Oliver Wyman sugere que os reguladores mantenham atenção extra aos bancos que "estão ganhando muito dinheiro", já que um retorno financeiro muito alto, por vezes, indica problema iminente.
 
"Negócios que estão gerando ‘super lucros’ devem receber atenção extra dos reguladores", diz Barrie Wilkinson, da consultoria.
 
Desde a crise de 2008, reguladores estão apertando as regras e aumentando exigências, como o regime de Basileia 3 voltado para evitar uma nova crise. Mas tudo isso não vai eliminar o risco, diz o relatório.
 
"Os esforços atuais para se criar um sistema melhor não devem ser entendidos como uma garantia de que o sistema está a salvo de crises futuras".

O sistema de "shadow banking", que mantém as operações financeiras e de crédito fora do sistema de regulação de bancos vigente, pode se mostrar muito perigoso à medida em que bancos pressionados por regras mais duras busquem um sistema mais frouxo para atuar, aponta o texto.

O relatório sugere ainda que, na busca para detectar futuros problemas, os reguladores devem evitar exigências elevadas, mas devem manter o trabalho dos testes de estresse para que os bancos compreendam quanto capital precisam para enfrentar os choques.

REGULAÇÃO

Ainda no embalo dos efeitos da crise, o tema da regulação foi um dos principais assuntos de debate no Fórum Econômico Mundial do ano passado. Mais distante do cenário turbulento, a 41º edição do encontro de líderes em Davos não deve aprofundar o tema da regulação bancária, acreditam especialistas.

O sinal mais claro disso foi a confirmação de executivos de grandes bancos confirmados para o evento. Por causa da crise, eles se afastaram do encontro nos últimos anos. Jamie Dimon, presidente do JP Morgan, Oswald Grübel, presidente do suíço UBS e Vikram Pandit, presidente do Citibank confirmaram presença no evento.

Fonte: Folha.Com

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